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Opinião
18/06/2014 - 15h06
O jokenpô da comunicação impressa
Fabio Arruda Mortara
 

Pedra, tesoura, papel... Jokenpô! Ao pensar na situação da comunicação impressa, esse antigo jogo infantil, um dos mais populares do planeta, logo me vem à cabeça e faz sentido que isso aconteça.

A pedra – Ao longo das últimas duas décadas multiplicaram-se os vaticínios sobre o fim de revistas, jornais e livros físicos. Em nome da sustentabilidade, eles seriam substituídos por versões online, supostamente mais democráticas (primeiro porque, em tese, qualquer pessoa pode produzir conteúdos e, segundo, porque a informação ficaria mais barata e acessível) e sustentáveis (por dispensarem papel, tinta, transporte). Argumentos esmagadores como pedra, porém, como se verá adiante, insustentáveis.

A tesoura – É uma boa representação para o marketing do “greenwashing”, que desestimula o uso do impresso (em relatórios, cartas, e-mails, extratos bancários, demonstrativos, faturas etc.) afirmando ser melhor para o ‘meio ambiente’. Essas tesouradas, no entanto, miram mesmo é na redução de custos – não que seja errado as empresas quererem economizar; o questionável é falsear essa intenção com argumentos fantasiosos.

O papel – E, vale acrescentar, o impresso é totalmente sustentável ao longo de sua cadeia, como mostram os números. 100% do nosso papel e celulose vêm de florestas plantadas; 45% do papel que utilizamos são reciclados; 64 milhões de toneladas de CO2, um dos gases do efeito estufa, são anualmente absorvidas pelas florestas plantadas pelo setor papeleiro; 1,1% das emissões de gases de efeito estufa deve-se à cadeia da comunicação impressa, contra 14,7% da indústria em geral e 13,8% da agricultura.

Por outro lado, 30 minutos de leitura online causam o mesmo impacto ambiental de um jornal impresso; o envio de um e-mail com anexo de 400 KB para 20 pessoas equivale a uma lâmpada de 100 watts acesa por 20 minutos; o descarte global de produtos eletrônicos cresce rapidamente e já está entre 20 e 50 milhões de toneladas ao ano, com acúmulo de materiais de alta toxicidade.

Enfim, números e pesquisas que provem a sustentabilidade da comunicação impressa não faltam, como ilustra o book Comunicação Impressa e Papel – Mitos e Fatos, uma das peças-chaves da campanha Two Sides, na qual o Brasil ingressou oficialmente no último dia 7 de abril. Com o apoio de 42 entidades que representam 80 mil empresas dessa cadeia de valor (responsável por 615 mil empregos e faturamento de US$ 40 bilhões), a adesão à Two Sides alinha o País à mais importante campanha mundial em favor da comunicação impressa.

O objetivo é difundir a sustentabilidade da comunicação impressa pela divulgação de informações e pesquisas que comprovam os ganhos econômicos, ambientais e sociais propiciados por essa cadeia de valor. A campanha envolve anúncios customizados para diferentes mídias e publicações para sensibilizar formadores de opinião, setor público, academia e consumidores. O apoio de toda a mídia impressa será fundamental para o sucesso da Two Sides no Brasil, como, inclusive, demonstra a adesão de duas das mais expressivas entidades do setor – a Associação Nacional de Jornais (ANJ) e a Associação Nacional dos Editores de Revistas (Aner).

É hora da cadeia de comunicação impressa anunciar sua escolha: “Papel... e jokempô!”.


Nota do Editor: Fabio Arruda Mortara é presidente da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf) e do Sindicato das Indústrias Gráficas no Estado de São Paulo (Sindigraf-SP), articulador da chegada da Two Sides no Brasil.

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