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Crônicas
23/06/2014 - 14h09
Beleza
Roberta Rizzo
 

Sabe aquela modelo de capa de revista, maravilhosa? Aquela que foi absurdamente privilegiada pelos deuses da beleza? Nessa era de “tempo real”, você vai descobrir que ela foi, sim, ajudada pelos deuses e pelo Photoshop. Aliás, este último a abandonou em detrimento da pressa em postar a foto da celebridade antes que qualquer outro site e aí escapa uma imperfeição aqui e outra ali, que nós nunca tínhamos visto. Tempos de fotos digitais publicadas em tempo real...

A beleza é um conceito ao mesmo tempo objetivo e subjetivo. Se você pensar como um artista, a beleza possui simetria, harmonia, significado – mesmo que essas três palavras signifiquem algo completamente único para cada obra. Se você não tiver o dom da arte, a beleza é o que lhe parece ser.

Sentir-se o “patinho feio” em alguma época da vida é algo que já aconteceu a todos nós. O problema é quando o cisne não desabrocha na época certa e o patinho perde parte da sua vida sem entender o que tem de “diferente” dos demais, sem perceber que a beleza está nessa diferença... Da mesma forma que não existe a beleza absoluta, todas as pessoas têm algo de belo. Todas.

Na minha adolescência, eu achava as minhas amigas mais bonitas do que eu, sem exceção. Foi uma época complicada, na qual eu procurava a beleza nas pessoas e buscando gente bonita esbarrei em personalidades horrorosas. Devo ter perdido a chance de conhecer muitas pessoas interessantes. Muito tempo depois, as redes sociais trouxeram de volta à minha vida pessoas que eu achava tão lindas na adolescência e então eu pude ver que elas não correspondiam à imagem que eu tinha delas, mesmo levando em conta o passar dos anos. Vi em todas essas pessoas belezas diferentes, mas não aquela que eu julgava ser inatingível e que só os outros possuíam. Percebi o tempo que joguei fora buscando um ideal que só existe mesmo em contos de fadas – já repararam como a Bela Adormecida não tem um fiozinho de cabelo fora do lugar, mesmo envenenada pela maçã? Aliás, se a história se passasse nos dias de hoje, ela certamente teria megahair, unhas de acrygel, silicone, botox...

Hoje, eu consigo me achar bonita, uns dias mais, outros menos. Descobri, bem depois de todo mundo, que a beleza é o reflexo da vida que existe dentro de nós, que faz com que os nossos olhos brilhem, ávidos por sorver o mundo.

Claro que não somos obrigados a aceitar com naturalidade as mudanças que o tempo traz ao nosso rosto e ao nosso corpo. Quem não tem ataques quando se vê mais velho no espelho? De uma hora para outra, você não vê mais aquela figura jovem e altiva ali refletida. No lugar dela, um punhado de rugas e uma expressão que não é a sua – embora chocantemente familiar – lhe espia placidamente. Uns lembram mais o pai quando envelhecem; outros a mãe. Filhos temporãos podem até ser mais parecidos com o primogênito. É um susto inevitável e natural. E mesmo com todo o avanço dos recursos disponíveis, é melhor não mexer naquilo que é natural. Isso sempre deixa rastros. É comum vermos nas ruas e no nosso círculo de amigos pessoas que exageram no esforço para esconder o que a natureza insiste em revelar.

O equilíbrio está entre a vaidade fútil, aquela que escraviza, e o desleixo irresponsável, aquele que destrói. Descuidar-se do seu corpo chega a ser insensato, já que você terá que carregá-lo todos os dias da sua vida. Deixá-lo desmantelar-se tal qual uma máquina que envelhece não é uma escolha inteligente, por menos vaidade que você tenha. Definitivamente, cuidar do corpo, sem exageros, é questão de saúde. Exercícios físicos moderados lhe dão mais disposição e ainda ajudam a controlar o estresse do dia-a-dia. Mas, de nada adianta, porém, manter o corpo saudável e a mente insana. Cada um tem sua forma de manter sua mente tão equilibrada quanto possível.

A beleza é consequência de todos esses cuidados e do amor que temos pela vida. Cuidar com atenção da saúde física e mental, viver intensamente, não deixar seus sonhos para trás, não ter medo de arriscar, tudo isso faz parte da sua beleza interior, que ilumina o seu mundo. E acima de tudo, amar intensamente, loucamente, sem ficar à espera que lhe retribuam o que você doa para as pessoas para só então sentir-se feliz.

Quando você conseguir esse equilíbrio quase intangível, aí sim, você vai se deixar tocar pela verdadeira beleza da vida.

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