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Opinião
24/06/2014 - 15h00
A marolinha, o tsunami e as eleições
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

A indústria paulista demitiu 12,5 mil empregados no mês de maio. A queda é a maior desde 2006. O cenário geral mostra que dos 22 setores pesquisados pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), 14 apresentaram queda, cinco registraram alta e apenas três ficaram estáveis. Perderam vagas a indústria automobilística e metalúrgica, de calçados e outras. Ampliaram seus quadros os setores de alimento e de bebidas. Segundo os economistas, o quadro é preocupante, principalmente porque as medidas de incentivo que o governo vem adotando destinam-se à exportação, uma área que responde muito lentamente aos estímulos, pois depende de negociações internacionais. Depois do incentivo, ainda há um longo caminho a trilhar para as encomendas começarem a chegar e as indústrias, então, abrirem a contratação de mão-de-obra.

Para enfrentar a crise de 2008, o governo brasileiro incentivou a indústria automobilística, moveleira e de eletrodomésticos. Com crédito fácil, a população foi estimulada a comprar o carro que não precisava e a trocar os móveis desnecessariamente, só para aproveitar os bons preços das mercadorias, isentas ou com grande desoneração de impostos. Fez-se o enfrentamento da crise e, ao mesmo tempo, endividou-se o povo, que chegou a financiar veículos em até 72 meses. Quando os impostos retornaram à composição dos preços, as mercadorias passaram a encalhar e as demissões se ampliam. A indústria automobilística, a mais incentivada, cortou postos de trabalho, realiza planos de demissões voluntárias e antecipa férias.

Chegamos à hora da verdade. A demanda estimulada ainda se reprime naturalmente e a crise que não chegou anos atrás, finalmente, mostra a sua cara. As autoridades, os técnicos e os economistas governamentais precisam negociar com a Fiesp e outros sustentáculos da economia nacional as fórmulas para enfrentar a tormenta e encontrar um meio de garantir o funcionamento dos negócios e combater eficientemente o desemprego. Já está visto que a indução pura do mercado pelo crédito e pelo consumo desenfreado não é o caminho. Apenas retarda o problema.

A crise do emprego chega numa hora crítica. Talvez até seja uma boa coincidência. É o momento em que os candidatos das diferentes tendências terão a oportunidade de discutir a economia brasileira, fazer suas propostas e, talvez, com elas, ganhar o voto e, elegendo-se, ficar em condições de recolocar a economia nacional nos trilhos. Em vez da “marolinha” que as autoridades de então previram, parece que estamos prestes a sofrer o “tsunami”...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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