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Opinião
26/06/2014 - 07h05
Observações futebolísticas, ou quase
Dartagnan da Silva Zanela
 

A Copa é um espetáculo que agrada o gosto de muitos. Não é o meu caso. Desde pequeno, o futebol, paixão nacional, nunca teve lugar no bojo de minhas simpatias. Confesso: não sei o que é sofrer pelo desempenho dum time ou ficar agoniado com uma partida da seleção.

Tal desafeto não tem nenhuma justificação filosófica, muito menos uma motivação política. Apenas, lamentavelmente, o desporto que tanto empolga meus patrícios nem de longe me cativa. Entretanto, mesmo assim, penso que alguns acontecimentos que foram encenados nesta edição da Copa do Mundo merecem ser objeto de reflexão.

O primeiro é a multidão nas arquibancadas cantando furiosamente o hino nacional. Multidão e jogadores que continuaram cantando o hino mesmo após o término da execução instrumental dum fragmento do mesmo. Aquilo ecoava no estádio e nos átrios dos corações. Vi, pela telinha, esses momentos e confesso: meus olhos marejaram em lágrimas e minha garganta engasgou.

Lembro-me que, quando menino, minha professora sempre ovacionava a forma reverente como os jogadores de outras nações cantavam o hino de suas respectivas pátrias. Lembro-me da imagem dos cidadãos de outras repúblicas, em outras Copas, cantando a canção primeira de suas respectivas nações. Vê-los e ouvi-los dava-me sete tipos de medo. Ambas as imagens impactavam as janelas de minha alma tanto pela beleza como pela força. Hoje, vejo a mesma imagem sendo apresentada por meus concidadãos, fazendo meu coração, pela primeira vez, desejar calçar uma chuteira.

A segunda imagem é a da vaia contra a senhora que indignamente ocupa a presidência da república brasileira. Movido por elas, o senhor Luiz Inácio, ex-presidente, Lula da Silva, esbravejou contra aqueles que, segundo ele, seriam os membros da “zelite” que não aprova a popular [des]governança de sua legenda e demais asseclas. Uma vergonha para todo o Brasil, segundo ele.

Na verdade, a atitude raivosa e contra republicana desse senhor é que é uma vergonha. De mais a mais, não é a primeira vez que a senhora presidente é vaiada em público. Seja num estádio de futebol, numa reunião com prefeitos, numa feira ou mesmo num evento organizado pela CUT, a senhora presidente e demais grandes lideranças do partido dos trabalhadores estão sendo sistematicamente vaiados por todos. Apenas não o são em ambientes fechados com um público cuidadosamente selecionado. Por quê? É claro que eles sempre irão dizer que é por causa da “zelite”, porém, eles sabem que a desaprovação vem de todos os setores da sociedade brasileira e por isso, nervosinhos estão.

A presidente, o politburo esquerdista e toda a elite (graúda e miúda) pró-petista sabem deste a eleição passada, que eles não mais estão com a bola toda e que sua imagem está desgastada barbaridade. Eles sabem que em 2010 receberam 55.752.092 votos e que, somando os votos sufragados ao tucano com os brancos, nulos e abstenções, lhes foram negados 79.852.353.

De lá pra cá muitas águas rolaram e as vaias, seja na copa ou fora dela, são um sinal. Um augusto sinal. O povo brasileiro, dum modo geral, aprendeu a ter reverência pelo cargo da presidência, que representa uma das instituições de nossa democracia, sem confundi-lo com aqueles que, muitíssimas vezes, o insultam com sua presença nele.

Já a atual ocupante desse, juntamente com os seus partidários/militantes, imaginam que as instituições democráticas apenas o são se eles estiverem à frente delas revelando assim, sem o menor pudor, sua peçonha totalitária para todos os que realmente não tiverem receio de ver.

Por fim, tais fatos, de modo algum, selam o resultado desse ano eleitoral. Há inúmeras outras variáveis que devem ser levadas em consideração, sei disso. Porém, há algo de diferente no ar. Há algo no olhar e bem como no coração dos brasileiros que, de modo algum está agradando a elite petista e a chusma fisiológica que desgoverna nossa desorientada república e isso, meu caro Watson, é uma fragrância diferente que se faz presente nos ares de nossa pátria que pode nos trazer alguma inspiração.


Nota do Editor: Dartagnan da Silva Zanela é professor e ensaísta. Autor dos livros: Sofia Perennis, O Ponto Arquimédico, A Boa Luta, In Foro Conscientiae e Nas Mãos de Cronos - ensaios sociológicos; mantém o site Falsum committit, qui verum tacet.
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