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COLUNISTA
Marcelo Sguassábia
30/06/2014 - 09h00
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Será mais ou menos como a mão de um gorila esmagando uma pulga. Avisar a população significa criar um pânico inútil, todos da Comissão B7 somos unânimes neste ponto. Se a Terra não sairá de sua órbita e a colisão é inevitável, é melhor que os sete bilhões de futuros cadáveres permaneçam ignorantes e felizes até o momento final. Não há o menor sentido em sofrer por antecipação.

Alguns poucos objetaram, argumentando sobre o direito de cada um em tomar suas próprias decisões nesse meio tempo, já que faltam ainda 16 anos para o fim de tudo. O livre arbítrio, no caso, seria necessariamente egoísta e insano. Um “salve-se quem puder” de proporções mundiais faria com que o caos reinante acabasse com tudo antes que o planeta se espatifasse. O apocalipse próximo justificaria qualquer comportamento antiético ou ato criminoso, sugar a intensidade de cada segundo da forma mais devassa e reprovável se tornaria a única lei possível.

Não há o que fazer, toda tentativa de defesa resultará inócua. Somado o arsenal bélico disponível, e contando que seja viável dispará-lo simultaneamente, provocaríamos um reles arranhãozinho na couraça do monstrengo. A destruição da raça humana seria tão instantânea que não haveria tempo nem para a dor, nem para a consciência do ocorrido. Melhor assim do que acabar em fome, tsunami, peste ou guerra, onde o extermínio é gradual.

A coisa (assim a chamamos até o momento) é aproximadamente 2,5 vezes maior que o sistema solar inteiro, e sua rota não admite probabilidade de desvio. Líderes religiosos do B7 chegaram a propor que a notícia seja divulgada considerando-se a catástrofe como uma possibilidade, não como certeza. Esse disfarce da verdade certamente mobilizará multidões de todos os países para uma grande corrente ecumênica de orações, rogando à mão divina um safanão no assassino.

Já alguns cientistas russos consideram seriamente a aplicação de telecinésia coletiva, ou seja, a suposta capacidade que temos de mover objetos pela força do pensamento. Outros sugerem uma tentativa mais privê, reunindo um seleto grupo de notáveis paranormais para a tentativa, liderados pelo hoje quase septuagenário Uri Geller. Qualquer que seja a modalidade adotada para a performance redentora, a Coca-Cola já garantiu antecipadamente a quota principal de patrocínio.


Nota do Editor: Marcelo Pirajá Sguassábia é redator publicitário em Campinas (SP), beatlemaníaco empedernido e adora livros e filmes que tratem sobre viagens no tempo. É colaborador do jornal O Municipio, de São João da Boa Vista, e tem coluna em diversas revistas eletrônicas.
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