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Opinião
30/06/2014 - 11h00
Motofaixa
Fernando Medeiros
 
Uma solução para mobilidade e segurança no trânsito

Muito se fala no Brasil sobre mobilidade e segurança no trânsito. Concordo que este é um assunto que exige providências breves e corajosas nas grandes cidades, pois estamos à beira do insustentável. A frota de veículos de todos os tipos cresce exponencialmente, enquanto a fiscalização e o modelo de gestão do trânsito não acompanham nem de perto este crescimento.

Há defasagem em todos os lados, na construção e manutenção das ruas, avenidas e estradas, na falta de planejamento urbano e no crescimento do transporte coletivo. Para piorar o trânsito, o transporte público empurra o cidadão para o veículo próprio. Isto já virou cultural nas grandes cidades brasileiras. As motocicletas representam uma das soluções para a mobilidade do trânsito e, por isso, merecem um olhar mais atento, principalmente no que se refere à segurança dos motociclistas.

No entanto, falar em benfeitorias para motociclistas é quase pecado. Se isto envolver investimentos, então, esquece. Não é de hoje que a imagem dos motociclistas aqui no Brasil é negativa, e talvez por isso quase sempre os condutores deste veículo ficam à margem dos estudos de soluções.

Creio que este seja um dos motivos de não evoluírem com a ideia das motofaixas exclusivas. Esta é uma medida relativamente simples e barata e que pode trazer grandes benefícios para o trânsito como um todo, tais como: facilidade de fiscalização sobre as motocicletas, redução do risco do motociclista ser fechado por outro veículo e até redução do risco de a moto estar em algum “ponto cego” dos veículos, pois os motoristas saberão onde elas estão. As motofaixas evitam que o motociclista se arrisque em espaços diminutos entre os carros e evitam ainda o risco de um carro abrir a porta e derrubar o motociclista no meio do corredor. Se bem sinalizadas, estas faixas reduzem o risco de atropelamento também.

No plano de metas da prefeitura de São Paulo de 2009 a 2012, o prefeito Gilberto Kassab previa instituir oito motofaixas na cidade. A meta foi reduzida para três e, por fim, foram criadas apenas duas, uma na Avenida Vergueiro e outra na Sumaré. A última delas, com três quilômetros de extensão, foi desativada pelo prefeito Fernando Haddad sob a alegação de que os acidentes aumentaram. O mais curioso é que ela foi desativada no mesmo dia em que foram implementadas as faixas exclusivas de ônibus, sob a alegação de que não eram seguras.

Seria mais simples e honesto dizer que não havia espaço para a motofaixa, pois a prioridade eram os ônibus. Concordo que o transporte coletivo mereça espaços exclusivos e melhores condições. Porém, ao afirmar que as motofaixas não representavam segurança para os usuários, a prefeitura está desestimulando a criação de novos corredores.

Quando foi criada a motofaixa da rua Vergueiro, que ligava o centro de São Paulo ao Planalto Paulista (Av. Paulista), em apenas 30 dias, 91% dos motociclistas aderiram a este corredor e houve um aumento de 28% no número de motos circulando nos dois sentidos. Estes números provam que o motociclista, que antes optava por outros caminhos, resolveu seguir pelo corredor que lhe garantia maior segurança. Outro dado muito importante é que desde a sua criação não houve informação sobre morte de motociclista neste trecho.

Enquanto em várias cidades da Europa o uso de motocicletas é estimulado, aqui as motos são hostilizadas e discriminadas. Passou da hora de enxergar as motocicletas e motociclistas com respeito e como alternativa real ao caótico trânsito das cidades, afinal esses veículos utilizam um quarto do espaço de um carro, poluem menos, são muito mais econômicos e utilizam menos recursos naturais para serem fabricados.

Se o problema é número de acidente com motociclistas no trânsito, não seria melhor repensar o planejamento das cidades e a criação de alternativas para redução destes números, ao invés de criticarem o modelo de transporte e seus usuários? E por que não pensar na melhor adaptação das motofaixas? Fica a dica aos governantes.


Nota do Editor: Fernando Medeiros é diretor executivo da ASSOHONDA (www.assohonda.org.br).

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