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Opinião
10/07/2014 - 17h00
A mística do país do futebol
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

A humilhante derrota da seleção frente aos alemães é uma triste realidade, mas não é o fim de tudo. Pode até ser o começo de uma nova era de conquistas e muita alegria. Em vez de desencorajar, o quadro precisa servir de lição e conduzir a reformas profundas no futebol brasileiro que, há muito tempo, vive o contraste da fartura de alguns com a miséria de muitos. O outrora apaixonante futebol tornou-se um perverso ambiente negocial onde o importante é o lucro – muitas vezes indevido – que mata os clubes menos importantes e decreta a fome a milhares de profissionais que se dedicam ao esporte mas são atropelados pelas negociatas, calendários leoninos e outros quetais que interessam exclusivamente à cartolagem e não ao jogador.

É preciso abandonar a mistifica do “país do futebol”. Se realmente o fosse, teríamos aqui um mercado regular de trabalho e nossos craques não precisariam ter como metas a Europa, o Oriente Médio e outros quadrantes do mundo. Só iriam para o exterior quando aqui já tivessem feito carreira, fama e movimentado o esporte. Hoje, assim que o jovem mostra alguma intimidade com a bola, já aparecem olheiros, interesseiros, abutres e cartolas interessados em ganhar dinheiro com sua venda para clubes estrangeiros. Prova disso é que a quase totalidade da atual seleção brasileira joga no exterior. Alguns nem são nossos conhecidos. Ganharam os cartolas e os atravessadores, mas perdeu o futebol brasileiro e, se duvidar, até o próprio jogador pois apenas alguns que vão ao exterior chegam ao sucesso, outros não.

Enquanto não tivermos leis e procedimentos que protejam os clubes e evitem a cartolagem profissional e a rapinagem, não poderemos ter o futebol senão como coisa do passado. Precisamos garantir a vida dos clubes, reinventar o mercado de trabalho futebolístico nacional e convencer o povo a gostar de futebol e não das campanhas de marketing gerada pelos negociantes do futebol. Temos de acabar com a corrupção e principalmente com os boatos sobre corrupção, que chegam a ser piores do que a constatação. Feito isso, poderemos voltar a ter os craques aqui atuando e servindo de exemplo e motivação às novas gerações.

Como resíduo da Copa 2014 nos restarão 12 estádios modernos – que precisam ter uma finalidade – e ainda falta concluir as obras complementares (avenidas, pontes, trens etc.) que o governo negligenciou. É preciso terminá-las. Quanto aos 7 a 1, tomados da Alemanha, podem ser encarados como resultado líquido e certo do quadro caótico vivido pelo futebol brasileiro. A seleção terminar em terceiro (ou quarto) lugar será um bom resultado dentro do contexto. O Brasil carece de grandes mudanças, na política, na economia, na sociedade e, também, no futebol...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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