Uma história mais velha do que a minha avó!
Nos campeonatos de futebol da Europa ocorrem cenas freqüentes de racismo. Em alguns estádios, o público chega a atirar bananas nos jogadores africanos, cusparadas e insultos aos latino-americanos. A preocupação é tanta que a FIFA está bancando uma campanha mundial contra o racismo. No Brasil, em vários momentos, a imprensa tentou justificar manifestações de racismo durante os jogos. Mas o que acontece aqui é diferente, neste caso, é mais provocação do que desrespeito. Mas que existe racismo aqui, existe. E dos piores, daqueles maquiados em estruturas de governo e poder. É só você observar quantos negros, por exemplo, estudam em escolas particulares ou tem cargos relevantes na política ou no exército. É a minoria, da grande maioria da população negra, mestiça, parda, cafusa e explorada. E no Brasil existe também o racismo contra a própria raça. Brasileiro vive dizendo que brasileiro não presta e, não vê que assim, acaba abrindo espaço para os estrangeiros... Mas isto é história antiga, tão antiga quanto o racismo. Os europeus sempre foram preconceituosos. No início da conquista pelos mares, chegaram a afirmar que os índios e negros não tinham alma. O racismo esteve sempre presente: na origem do rock, quando os negros foram impedidos de apresentar-se em programas de televisão nos EUA; nas relações comerciais, sempre prevaleceu a estrutura de dominação da raça branca; enfim, o mundo é racista, por essas e outras, surgiram até guerras mundiais. Com isso, a cultura dos povos indígenas e africanos (parte de nossa origem) sempre ficou escondida e todas as grandes descobertas foram atribuídas ao povo europeu e americano. Em um livro chamado Manifesto do Partido Índio de Bolívia, Fausto Reinaga, entre outros líderes indígenas, mostram indignação em como trataram sua cultura. "Mil anos antes de Arquimedes estava gravada em pedra sua famosa fórmula ’Pi r ao quadrado’ nas pirâmides de Teotihuacán. Dois mil anos antes de Darwin, estava gravada em pedra a evolução das espécies em Chichén Itzá. E Darwin estudou em Mérida e dali copiou sua Teoria da Evolução. Marx, Morgan e Engels, supõem a existência da ’comunidade’. Mao, delirando com o comunismo, mandou traduzir o ’Calpulli’ Azteca (livro que consta a organização da sociedade Azteca) para quase 750 milhões de chineses que queriam imitar nossa vida social pré-americana. E Castro, sonha com aquele ’comunismo’ nosso, onde não se conhecia o dinheiro. Nós, sem passarmos pela propriedade privada e sem padecer na luta de classes, chegamos 10.000 anos antes de Cristo ao socialismo científico. Nós não conhecemos o feudalismo, nem capitalismo, nem imperialismo, nem ditadura proletária. Mil anos antes de Marx, Lênin e Mao, criamos a comunidade, base do comunismo, onde a ética cósmica era mais que o imperativo categórico do Ocidente". Hoje, a maioria das tribos indígenas que restaram na América está comprada. Muitos Caciques e Pajés da nova geração vendem por tratores e barcos seus profundos conhecimentos sobre propriedades culinárias e medicinais das plantas. Até o cipó, conhecido como Ayuasca, usado em rituais indígenas sagrados e pela religião do Santo Daime, foi patenteado por um pesquisador de fora do país. Entre tantas contradições e versões da história do Ocidente, a dos Índios parece ser a mais convincente. E isto tudo só está sendo colocado, por ser a pior manifestação de racismo e parte da origem desse tipo de preconceito. Foi dessa época que surgiu a atitude de maltratar e humilhar outras raças, pela dominação e exploração. Os europeus até que evoluíram, antes eles matavam milhões de índios, escravizavam milhares de negros, hoje eles apenas jogam bananas e dão cusparadas. Quem sabe um dia eles se tocam que são os verdadeiros bárbaros, pré-civilizados, inconseqüentes, ignorantes e irresponsáveis. Pra terminar, fica mais um espaço de divulgação para a outra versão da história, que pode não ser a verdadeira, mas sobre a qual vale a pena refletir: "Os europeus da conquista, donos das colônias, eram analfabetos e criminosos de carne e alma. Cruzaram o Oceano cobertos de trapos, comendo restos, cheio de piolhos. Partiram em 3 de agosto de 1492 com 350 mil francos, três barcos e 120 presidiários. E logo que chegaram à América, em 12 de outubro do mesmo ano, converteram-se em Senhores e Fidalgos, donos de extensas propriedades de terras férteis e fabulosas minas de ouro e prata, além de dois milhões de índios escravos. O conquistador do Peru, Francisco Pizarro, não sabia ler nem escrever o próprio nome. Esse tipo de gente perseguiu cega e estupidamente os povos indígenas para exterminá-los. A obra da ignorância terá vigência até o dia em que triunfe nossa Revolução e surja o Sol da liberdade para o índio. Então, só então, poderemos deixar para sempre nosso vergonhoso nome de ÍNDIOS e voltaremos orgulhosamente a ser tratados pelo nosso nome genuíno, autêntico e próprio de INKAS: homens inkas".
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