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Opinião
30/07/2014 - 11h26
Gaza e a omissão dos homens
Amadeu Garrido de Paula
 

A humanidade – entenda-se como tal todos os seres racionais que habitam este planeta – conserva-se em silêncio, enquanto a população de Gaza é dizimada cruelmente. Se as instituições internacionais são inoperantes, as populações têm de sair às ruas. As primaveras são de todos. Não há limites nacionais para a libertação do homem, igual em sua essência, pouco importando os atributos de nacionalidade, religião, costumes etc.

Israel anexou a Faixa de Gaza e a Cisjordânia no ataque fulminante de 1967 e não reconhece a autoridade da ONU no ponto em que esta propõe a volta ao estado anterior. Sua política interna voltou-se a um predomínio da extrema direita, sempre de braços dados com a extrema esquerda. Tudo começou com o assassinato de Isaac Rabin por um judeu nada tresloucado, mas a serviço dessas forças obscurantistas. Alguns anos após, feneceu o trabalhismo israelita, aderente a uma política duradoura de paz.

Se é possível avaliar o injusto nas relações internacionais, constatar que um Estado pode garantir vida digna a seu povo sem tomar territórios importantes a outros povos, é o bastante para ver configurada sua iniquidade. Israel não tem necessidade dos territórios onde se apertam num sofrimento repugnante milhões de palestinos. No entanto, jamais concordará com a constituição, para os povos que domina, de Estados soberanos e ordenados. O argumento descartável é o hipotético futuro de tais Estados se voltarem contra seu opressor. Mero pretexto para manter um espírito belicoso, emulativo e desumano.

O mundo, com júbilo, reconheceu a criação do Estado de Israel, considerada a patologia jurídica internacional de uma nação sem Estado. A recíproca, contudo, não é verdadeira, da parte dos opressores internos e externos que controlam a política do estado judeu.

Israel não se defende de poderosos mísseis, mas de ataques inferiores e isolados e cujas consequências são generalizadas. Não fosse isso e meninos palestinos não teriam de enfrentar equipados soldados israelenses a pedradas, como se vê corriqueiramente. Falar em desproporção é reduzir à geometria o mais repugnante massacre da população civil no brevíssimo século XI, que sucede ao trágico século XX, a ponto de colocar em risco o futuro do planeta.

O ouro que tudo determina, inclusive as eleições nos Estados Unidos, Reino-Unido e outros países do primeiro mundo, dá as cartas. Obama e Tony Blair, democratas esclarecidos, no passado, foram toureados pelo bezerro. Sabemos que asserções desse tipo são extremamente delicadas. É simples sermos tidos como antissemitas ou prós semitas, ao procurarmos a imparcialidade, guiada pela noção de equidade, e examinar objetivamente os fatos atuais.

Porém, não há como não observá-los, atribuir responsabilidades, punir quem deve ser punido e preconizar a paz e o desenvolvimento dos povos da região. Erradicar a parcialidade superficial e o preconceito, seja em relação a Israel, seja em relação ao grupo radical Hamas, que não corresponde à vontade geral do povo palestino. E somente esses vícios de visão, induzidos pela propaganda e versões oficiais, podem não ver o óbvio, ou simplesmente conformar-se em assistir o insólito de mortes como se fosse a programação diária da mídia. O povo da urbe global, única força capaz de evitar que o conflito assuma proporções muito mais graves e inimagináveis entre os países do médio oriente, está em silêncio. Todavia, deve acordar nos próximos dias e tomar as ruas, em busca, simplesmente, da paz, livre de constrições de governos tidos como democráticos.


Nota do Editor: Amadeu Roberto Garrido de Paula é advogado especialista em Direito Constitucional, Civil, Tributário e Coletivo do Trabalho e fundador da Garrido de Paula Advocacia.

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