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Crônicas
15/08/2014 - 07h01
Sede de informação
Adilson Luiz Gonçalves
 

Eu estava no escritório quando, por volta de 10 horas da manhã, ouvi um estrondo, seguido de vibração das janelas que, por sorte, estavam abertas, apesar do dia chuvoso.

Aquilo foi estranho...

Na sequência, começou um alarido de colegas. Um deles recebeu uma mensagem de um amigo, dizendo que um helicóptero de uma igreja havia caído nas proximidades.

Outro estrondo!

Todos acionaram seus computadores e celulares, e começaram a buscar informações. Também havia uma televisão, imediatamente ligada. Nada!

Sirenes começaram a ser ouvidas: ambulâncias, carros de bombeiros e de polícia, e viaturas de trânsito vinham de todas as direções, convergindo para um destino único: o mesmo de onde vieram os estrondos.

Começaram a surgir notícias na internet, mensagens nos celulares...

Umas repetiam que fora um helicóptero; outras, um avião ou, genéricas, uma aeronave.

Na televisão, somente meia hora depois surgiu o primeiro “flash” local, já em rede nacional, com imagens de moradores e transeuntes, que mostravam incêndios, imóveis danificados e destroços de difícil identificação, mas numa área bastante restrita. A tese do helicóptero era a mais plausível.

O quê causara aquilo? Haveria vítimas? Onde estão as informações???

Em seguida, um desqualificado postou o que seria uma foto do local, mostrando a fuselagem de um helicóptero perfeitamente identificável e completamente falsa!

Um sítio de notícias da internet conseguiu colocar, no mesmo parágrafo, “aeronave”, “helicóptero” e “avião”, para indicar o veículo envolvido! A pressa é inimiga dos fatos, mas tenta satisfazer o afã da sociedade por informação: manter a audiência!

Optamos por aguardar informações pelas mídias disponíveis, pois, nessas situações, a curiosidade de terceiros que vão ao local só atrapalha o trabalho de socorro e rescaldo.

Demorou quase uma hora e meia para confirmarem que era um avião. Inicialmente, disseram que era um monomotor e, finalmente, um jato executivo, que vinha do Rio de Janeiro, com destino ao aeródromo militar de Guarujá.

Mas as fotos do local não mostravam vestígios visíveis da aeronave!

Um avião daquele tamanho faria um estrago monumental, numa área urbana densamente habitada como aquela! Perplexidade geral: ele caíra numa área vazia de um terreno, quase como se tivesse despencado do céu!

Milagre em meio à tragédia?

Quanto ao avião: nenhuma chance de sobrevivência: ele se desintegrara! Os dois pilotos e cinco passageiros, dentre eles o candidato à Presidência da República, o ex-Governador de Pernambuco, Eduardo Campos, estavam mortos.

Chuva intensa... Um aeródromo sem torre de controle, onde se postula um aeroporto regional, que não “decola”... Uma arremetida... Uma queda de trajetória improvável...

Uma tragédia, de fato! Mas que poderia ter sido infinitamente pior, pois, surpreendentemente não houvera nenhuma vítima grave no solo!

Alguns alertaram para a coincidência de datas; lembram do recém-assinado decreto sobre sigilo em investigações sobre acidentes aéreos. Lá vem teoria de conspiração...

Informação, desinformação, falta de informação, boatos, oportunismo, sensacionalismo, fatalismo, consternação geral, luto oficial, repórteres tentando obter, diligentemente, informações ou, maliciosamente, constranger políticos em campanha.

Pois é...

Hoje, são tantas fontes: oficiais, tendenciosas ou independentes – será que existem? -, acrescidas das redes sociais e sei lá mais o quê, que fica difícil processar tanta informação e chegar a alguma conclusão. E mesmo que se chegue, até que ponto ela constituirá a verdade, num mundo tão relativo? E o quê aprenderemos com ela?

Como dizia o “poetinha”: “São demais os perigos desta vida”!


Nota do Editor: Adilson Luiz Gonçalves, membro da Academia Santista de Letras, é mestre em educação, escritor, engenheiro, professor universitário e compositor. E-mail: prof_adilson_luiz@yahoo.com.br.

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