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COLUNISTA
Marcelo Sguassábia
18/08/2014 - 15h20
Bicicultura
 
 

À primeira vista, o cidadão desavisado pode se assustar, ao deparar-se com um oceano de bicicletas ergométricas, todas alinhadas e ligadas por cabos de força a imensos acumuladores de energia, situados próximos às sedes das fazendas.

Essas aparentes academias de ginástica a céu aberto são na verdade as maiores apostas do governo federal para fazer frente à crise na geração de energia – dilema que se agrava ano a ano desde o tempo dos Afonsinhos.

A ideia consiste basicamente na transformação em larga escala da energia mecânica da pedalada em energia elétrica, libertando finalmente o nosso país da perigosa dependência das reservas hídricas e da boa vontade de São Pedro em mantê-las transbordando.

Nossos valorosos boias-frias abandonarão a labuta inglória e primitiva de semear, adubar, carpir, colher e transportar a safra e abraçarão, felizes, o bucólico ofício de pedalar. Ou seja, o que para muitos é passeio ou modalidade esportiva, para eles passará a ser trabalho – com a vantagem adicional de não terem mais a ameaça da agricultura mecanizada sobre seus empregos.

Instaladas a 50 centímetros de distância umas das outras – o suficiente para que os joelhos dos operadores não se esbarrem, calcula-se como ideal um aproveitamento médio de 20.000 bicicletas ergométricas por hectare, ou 48.000 por alqueire.

Autossustentável, a nova atividade produtiva destaca-se pelo pleno aproveitamento dos subprodutos gerados. Um deles é o suor das equipes de trabalho, que ao encharcar o solo hidrata as lavouras de tomate, batata, rabanete, beterraba e inhame plantadas entre as bikes e que servem para alimentar os ciclistas durante e após a faina diária. Esse alimento retorna à terra na forma de fezes, feitas ali mesmo pelos bikelavradores, o que potencializa ainda mais o bom desenvolvimento dos legumes e tubérculos, num círculo virtuoso e interminável.

As vantagens não param por aí. O dispendioso e quase sempre nocivo adubo utilizado em qualquer plantação será substituído por graxa ou óleo lubrificante nas catracas, os únicos insumos necessários para garantir a boa produtividade da nova atividade agrícola. Já o único defensivo exigido para a prática da bicicultura é a capa de proteção em nylon sobre cada uma das bikes, capaz de protegê-las das chuvas e da consequente ferrugem nos mecanismos.

Nas fronteiras dos latifúndios ciclísticos prevê-se, sempre que possível, a implantação de unidades geradoras de energia eólica em lugar das cercas de arame farpado. Com elas, o empreendedor extrairá um duplo benefício: a geração de kilowatts adicionais para venda às usinas e a ação refrescante sobre os ciclistas, beneficiados com maior conforto e bem-estar em sua luta pelo pão de cada dia.


Nota do Editor: Marcelo Pirajá Sguassábia é redator publicitário em Campinas (SP), beatlemaníaco empedernido e adora livros e filmes que tratem sobre viagens no tempo. É colaborador do jornal O Municipio, de São João da Boa Vista, e tem coluna em diversas revistas eletrônicas.
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