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Crônicas
27/08/2014 - 15h07
Eu, andando de táxi!
Henrique Fendrich
 

Não sei o que as pessoas têm contra andar a pé. É saudável, emagrece e não polui o meio ambiente. Aqui em Brasília não se cogita andar duas quadras sem usar um carro. Em parte porque a cidade é plana, o horizonte é distante e temos a impressão de que não chegaremos nunca. Mas não deixo de achar que há nisso um certo exagero. Pois outro dia mesmo eu precisava ir do meu trabalho a um hotel que fica a, no máximo, 300 metros de distância. E não é que me deram um voucher de táxi? Eu demoraria mais tempo preenchendo o voucher do que viajando. Na verdade, antes mesmo de dizer o destino para o taxista nós já teríamos chegado. Naturalmente recusei a oferta e fui a pé mesmo – ou, como diria a minha mãe, de “expresso canelinha”.

É claro que, às vezes, eu me obrigo a andar de táxi. Eu, andando de táxi! Olho sempre para os dois lados antes de entrar em um, que é para ninguém me ver. Sento sempre no banco de trás, porque, sabe como é, o passageiro não pode ser confundido com o motorista. Nunca encontrei um daqueles taxistas falantes, que contam a história de suas vidas e arrancam as nossas. Eles devem me achar esquisito demais para conversar. Fico calado, abro a boca apenas para pedir os dados do táxi que preciso anotar no voucher. Ao final escrevo o valor da corrida e me sinto sempre um padre franciscano quando arredondo os centavos para cima.

Um dia eu esqueci o meu celular dentro do táxi. Acontece, você está distraído lá atrás, começa a mexer nele, depois tira da bolsa um papel qualquer e, quando se dá conta, deixou o celular em cima do banco. Telefonei então para mim mesmo e o taxista atendeu. Estava indo para casa, não podia voltar agora, mas ficou de passar no meu trabalho no dia seguinte para devolver. Foi o que fez, e eu passei a acreditar que existe um céu para os taxistas.

Naquele mesmo dia eu precisei andar outra vez de táxi. Depois que eu já havia descido dele, passei a mão no bolso em busca do meu celular – e, novamente, não o encontrei.

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