Neurocirurgião explica que se o paciente sentir desconfortos, o caso deve ser avaliado com cautela, pois deve haver outra doença associada
A coluna vertebral, formada por 33 vértebras, tem, naturalmente, curvas que mantêm a estrutura corpórea ereta. Além disso, essas curvas fisiológicas fazem com que o corpo absorva os impactos e diminua a sobrecarga dos movimentos. O neurocirurgião Márcio Vinhal, do grupo de cirurgia da coluna vertebral do Hospital Santa Luzia, explica que, diferentemente do que muitos pensam, a escoliose não é causada por má postura. “Esta doença é caracterizada pela má formação da estrutura da coluna. A pessoa pode já nascer com a patologia, denominada escoliose congênita. Quando a doença se desenvolve em adolescentes, na fase do crescimento, é a escoliose idiopática, sem causa específica. Em idosos, a mais comum é a degenerativa, que pode causar dores por causa da compressão de nervos”, enumera. O especialista afirma que a doença não causa dor e que se houver esse sintoma, é necessário analisar o caso, para identificar o real motivo deste desconforto. “A escoliose não provoca dores. Quando o paciente se queixa de incômodos deve-se avaliar a situação, pois, com certeza, existe outra doença, como tumor, fratura ou cisto na coluna, associada à escoliose.” Tratamento Dr. Márcio Vinhal, neurocirurgião do Hospital Santa Luzia, esclarece que casos de escoliose com curvatura abaixo de 30° graus devem ser observados e tratados com coletes. Procedimentos cirúrgicos são indicados para corrigir esteticamente curvaturas entre 30° e 50°. “A escoliose com poucos graus de curvatura pode ser operada, para melhorar a postura do paciente. Mas isso só ocorre se a pessoa quiser, pois este tipo da doença pode ser somente acompanhado por um especialista.” O tratamento por cirurgia é obrigatório para curvaturas acima de 50°. “A cirurgia consiste na remodelação da coluna vertebral por meio de parafusos especiais e hastes para a fixação da estrutura óssea na posição adequada. Todo o procedimento é acompanhado por uma equipe multidisciplinar composta por neurofisiologistas, neurocirurgiões e ortopedistas especialistas em deformidades”, destaca Dr. Márcio. O médico garante que os riscos de paraplegia, decorrente da cirurgia, são menores do que 1%. Isso porque o procedimento é seguro e eficiente. Além disso, é acompanhado por muitos profissionais que tomam todos os cuidados necessários durante a operação.
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