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Crônicas
10/09/2014 - 15h00
Salve o Quinzão...
Ana Marly de Oliveira Jacobino
 

Emoção pura emoção é torcer pelo time de futebol que você aprecia. Aprendi a gostar do Esporte Clube XV de Novembro, indo ao Barão de Serra Negra com meu pai, Celso de Oliveira. Lembranças “gostosas”, eu tenho das partidas, no ir e vir dos vendedores de amendoim, cachorro quente, pipoca, sorvete e, tantas outras guloseimas inesquecíveis para o estômago de uma criança.

Lembro de meu pai levar os meus primos, cada partida era uma “trelinha”, que ia (formava os torcedores desde a infância). A minha mãe preparava uma sacola de merenda para acalmar a fome insaciável da criançada. Aos meus olhos o “Barãoboneira” todo iluminado parecia um disco voador... a saída dos vestiários, grandes bocas a regurgitar os jogadores para o gramado. Torcer, torcer e torcer... nunca abandonar o time nem mesmo em tempos difíceis... torcer na mais perfeita segurança, ah!, palavrões eram ditos..., os benditos, quase sempre para a mãe do juiz (santa mãe tão mal falada nos lances controvertidos), mas, perto do que, se ouve hoje em dia nos campos de futebol, pareciam água com açúcar em boca de neném.

Já adulta, ainda acompanhava meu pai para assistir ao Quinzão, de quebra levava o meu filho e seus primos. Passei a preparar a merenda. Meu pai recomendava no dia anterior à partida: “Não esqueça do embornal de lanche!”. Ele sabia que a fome devorava as entranhas de cada torcedor mirim. Para cada uma das crianças ele dava uma bandeira do Quinze para balançar a cada gol feito. Nas derrotas as bandeiras enroladas vinham embaixo do braço, nas vitórias eram desfraldadas durante o percurso até a casa de cada um!

No campo aprendi a cantar e a gostar do nosso sotaque caipira cantando o Hino Caipira do Nhô Quim:

Cárxara de forfe
Cúspere de grilo
Bícaro de pato
Asara de barata
Nheque de porteira
Já que tá que fique
Suvaco de cobra
Sem óio de breque
Óculos de raiban
Carcanhar de bode
Toceira de grama
Já que tá que fique
Trei veiz cinco é:
XV, XV, XV...

Meu pai, já bem velhinho e adoentado pode junto comigo, com meu filho, e seus sobrinhos, vestir a camisa do Quinzão e vê-lo subir como rojão da Terceira para a Segunda para a Primeira Divisão do Futebol Paulista. Hoje, a cada partida do Nhô Quim lembro da confiança do meu pai, mesmo naqueles momentos de derrota: “Não se preocupe, ele vai ganhar!”

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