A economia nacional não cresce o desejado, as agências baixam a classificação Brasil para investimentos, a inflação ameaça, o desemprego ronda, a saúde e a educação estão na UTI, as cidades vivem a caótica insegurança pública e o ativismo de grupos que querem mudar o regime. Com todos esses problemas, que se agravam a todo instante, precisamos de uma luz no fim do túnel, mas, na campanha eleitoral, em vez de propostas, o que temos são candidatos indo ao vale-tudo, acusando-se mutuamente como numa briga de rua. Empresas e órgãos estatais – Petrobras, Metrô e outras – sofrem o sucateamento de sua credibilidade por conta de malfeitos hoje utilizados como combustível eleitoral. O clima do “quanto pior, menor” parece estar presidindo a disputa e traz o risco de desorientar o eleitor, além de sucatear a imagem do país. Os candidatos precisam se conter e lembrar que o momento é apenas de eleição. Consulta ao povo sobre quem deve governar durante o próximo quatriênio. O eleitor nada vai decidir sobre os malfeitos na Petrobras, os desvios no sistema de trens e outras irregularidades ou crimes supostamente cometidos no âmbito da administração pública. A tarefa de apurar esses problemas e punir os responsáveis é do Ministério Público e da Justiça. Portanto, discutir esses temas na campanha eleitoral é pura perda de tempo. O que precisamos agora é encontrar candidatos ao Executivo capazes de administrar o país e os estados e senadores e deputados que tenham o compromisso de fiscalizar os atos do Executivo, propondo leis e medidas que garantam a governabilidade e a boa prestação de serviços dos governos para a população. Que não barganhem seus votos por cargos ou outras benesses que os deixem de rabo preso com o governo e, dessa forma, sem condições de representar o eleitor. A administração pública é regida por leis. Todo o dinheiro do governo tem destinação certa. O que precisa é manter o sistema de “auditoria permanente” que evite desvios e negligências. O ideal é identificar os problemas antes deles acontecerem e, quando já acontecido, enviar tudo à promotoria pública para a apuração e o devido processo legal contra os errantes. É só assim que poderemos, um dia, consertar esse país. Controle absoluto do processo administrativo e total intolerância à corrupção e à impunidade. É uma grande estupidez um candidato, para desestabilizar o adversário, dizer o que o outro faria se eleito. Não podemos ignorar que a economia é globalizada e há um vasto conjunto de normas e procedimentos nacionais e internacionais que nenhum governante pode contrariar... Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).
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