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Opinião
18/09/2014 - 17h10
Consumo sustentável: o desafio da sociedade
Mirela Souto
 

No último mês de agosto, terminou o prazo estabelecido pela Política Nacional de Resíduos Sólidos para o fechamento de todos os lixões no território nacional. Criada pela Lei 12.305/10, a PNRS tem como um dos seus objetivos o estímulo à adoção de padrões sustentáveis de produção e consumo de bens e serviços. Além disso, contém instrumentos variados para propiciar o incentivo à reciclagem, à reutilização dos resíduos sólidos e, também, reforça a importância da destinação ambientalmente adequada dos rejeitos.

De acordo com o IBGE, o brasileiro gera seis vezes o seu próprio peso em resíduos em um ano. A cultura do consumo e do uso de descartáveis contribuem significadamente para a produção de lixo e para a degradação ambiental. Em debates sobre o assunto, especialistas do mundo todo concordam que é preciso trabalhar de forma intensa a cultura do consumo sustentável e mostrar que é necessária uma reflexão sobre os hábitos de compra.

Apesar do consenso existente, os caminhos ainda não são claros. Mas já é possível assumir práticas divergentes ao que está disseminado na sociedade. Por isso, ao mesmo tempo em que muitos se recusam a alterar seus estilos de vida tradicionais, é possível reconhecer outros atores se questionando como a situação vigente pode mudar e adotando hábitos que ajudam a transformar esse ideal em uma realidade. Prova disso são os dados apresentados na pesquisa realizada pelo Instituto Akatu, os quais demonstram que cerca de 33% dos brasileiros encontram-se em estágio avançado de consumo consciente e preocupados com o bem-estar coletivo.

Considero esse resultado um avanço, pois é reflexo da maior educação e conscientização da sociedade brasileira. Por outro lado, é importante lembrar que a ideia de consumo sustentável não se resume em optar por produtos de empresas ecologicamente corretas, mas se inicia no momento da decisão se o item que você deseja é realmente necessário. Em outras palavras, o consumo sustentável deve se basear na compra daquilo que de fato é importante, evitando excessos e/ou supérfluos.

É sabido que o consumo é um grande impulsionador da economia. Logo, é preciso envolver formas inovadoras de produzir com menor impacto ambiental e maior valor social. Neste cenário, é crescente o número de consumidores que cobram atitudes diferenciadas e empresas engajadas nesta nova perspectiva, dando preferência a produtos e serviços sustentáveis. Outra informação relevante levantada na mesma pesquisa feita pelo Instituto Akatu, demonstrou que o interesse do consumidor por responsabilidade socioambiental aumentou consideravelmente, passando de 16% em 2010, para 60% em 2012. Além disso, a quantidade de consumidores que se interessam e buscam informações sobre o assunto também cresceu, de 44% para 60% neste mesmo período.

Pode-se dizer, então, que vivemos o contexto de uma lenta revolução, cujos sinais mais evidentes são as crises ambientais e sociais que forçam uma ruptura com o passado de velhos padrões utilizados para a extração, produção e descarte de bens e fazem pressão por mudanças. É possível observar pessoas e organizações plantando sementes de novos estilos de viver e de se desenvolver, visando uma maior consciência ecológica, o que se é comprovado através dos números citados.

Destaco ainda, que esse quadro não é uma tendência passageira, mas caminha, mesmo que a passos curtos, para uma mudança cultural, fazendo com que haja a cada dia, uma maior reflexão dos hábitos de consumo para diminuição do desperdício e, assim, uma maior contribuição para a preservação ambiental.


Nota do Editor: Mirela Souto é administradora, especialista em qualidade total, gerenciamento de projetos ambientais e integrante do corpo gerencial da Marca Ambiental.

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