Hoje a tristeza me fez uma visita. Acordei bem disposta, pronta para trabalhar. Ao abrir a porta lá estava a danada me apontando um dia nublado e frio. Peguei minha bolsa, fiz um muxoxo e falei para ela: “Que maravilha! Está tão fresquinho, nada daquele calorão.” Durante a viagem de ônibus tentei cochilar, mas a falsa se intrometeu nos meus pensamentos. Ficou me lembrando de perdas e erros do passado. Olhei para ela com dignidade. Sem negar nada, a fiz ver que os erros cometidos fizeram parte do meu crescimento como ser humano, e que se houve perdas, houve ganhos bem maiores e que as parcelas de culpa, não foram todas minhas. Ela se calou por alguns momentos intimidada pela minha sinceridade, mas eu sabia que ela não se dera por vencida. A chuva caia torrencialmente quando cheguei ao local de trabalho. A tristeza sorriu debochada. Por alguns segundos desanimei e quase dei razão à ela. Como se sentir bem trabalhando debaixo de um temporal e com tanto frio? Elevei meus pensamentos a Deus e pedi ajuda. Fui prontamente atendida. Em todas as casas que bati me receberam amistosamente. Convites para entrar, para esconder da chuva, para lanchar não me faltaram. Todos me trataram com carinho e respeito. Lá pelo meio dia a tristeza se cansou de resmungar e de tentar me ver deprimida e se foi. De braços dados eu e a alegria encerramos o trabalho e fizemos a viagem de volta.
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