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SEÇÃO
Crônicas
24/09/2014 - 09h00
Caso sério
Marco Hailer
 

Um dia atrás do outro, nada melhor para fruição do tempo... O homem, pendurado num trem do metrô, carro enguiçado, hora atrasada, num dia úmido de garoa paulistana.

Tímido por natureza, notou surpreso que uma loirinha, lá pelos seus trinta e poucos anos de felicidade, lançava sobre ele olhares e sorrisos. Sentada próxima à porta do vagão, sua beleza estática contrastava com os riscos velozes deixados na janela que lhe fazia fundo.

Primeiro, o homem quis se certificar que era mesmo o alvo dos olhares e sorrisos. Para isso, da maneira mais disfarçada que foi possível, aproximou-se lentamente, entre barras cromadas, parafusos, cotoveladas e pisões. A cada movimento mais uma afirmação de seus sentidos. O alvo era mesmo ele.

O coração desobediente batucava um samba canção, e a saudade de tanto tempo sem sentir aquele tipo de emoção gritava em seu peito de cinquentão. Aquilo lhe deu vontade de sair dali pra ver o mundo, conquistar coisas, andar de mãos dadas, viajar pro oriente, escalar o Everest, sumir nas madrugadas...

Frente a frente: enfim juntos num vagão de metrô. Ele, pendurado na barra cromada. Ela, sentada e sorrindo parecia um desenho de Modigliani. O sorriso se abre, agora largo e terno:

– Quer sentar, tio?

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