Se antes o dia 1º de abril era aguardado com expectativa e até se pensava em peças para "pregar", hoje passa à margem da graça que agregava. Perdeu sabor a mentira e a inocência, não têm mais a tolerância de antes no tal de mundo globalizado. Na verdade "o dia da mentira", dependia, entre outros ingredientes, de uma vida mais pacata, mais bem humorada e menos difícil, com agora, isto lhe tira o tempero. Passa por aí também o carnaval, que ganhou em ostentação, mas perdeu em magia. Quem antes brincava e fazia as cores e vozes das ruas, hoje encaramuja-se em casa para ver e ouvir as cores e vozes distantes e frias, pelo olho frio da TV. Poderá vir até ser mentira dizer-se um dia, que havia um dia no calendário, dedicado à mentira. Diante disso dá para admitir que se institua o 1º de abril para eleger o mentiroso do ano, em eleição municipal, estadual e nacional. É, porque de tantas mentiras diariamente alardeadas por toda a mídia, pela boca de gente de posições ditas e tidas como sérias, a mentira como brincadeira revestida de ingenuidade perdeu sua essência lúdica. Nota do Editor: Pedro Paulo Teixeira Pinto é professor e ex-prefeito de Ubatuba. (Fonte: Ubatuba Víbora)
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