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Opinião
29/09/2014 - 17h01
1922 – O ano do rádio
José de Almeida Castro
 

O telefone toca. Uma doce e amiga voz me pergunta: quem nasceu primeiro, o rádio ou você?

Estranho a indagação. Paro, penso um átimo e concluo relatando os fatos. Ali no largo de São Miguel, no início da Rua da Poeira, bem no comecinho da Baixa dos Sapateiros, em casa soteropolitana, como de época, a parteira “aliviou” dona Elzira, em 30 de junho de 1922.

O apressadinho pimpolho, José, sorria e gritava, mais alto do que o “confuso barulho” vindo de umas caixinhas de sapato, que o pai Fernando chamava de som.

O Zé não esperara e já ocupara o seu espaço. Somente menos de três meses depois, no Rio de Janeiro, na ponta do Calabouço, celebrando o primeiro centenário da Independência, com a presença do Rei da Bélgica, seu convidado de honra, o presidente Epitácio Pessoa transmitia, a uma pequena, mas significativa distância, surpreendente por não usar fios, uma mensagem concluída com os solenes termos: “Declaro inaugurada a rádio telefonia brasileira”.

Oficialmente passava a existir o Rádio no Brasil. Roquete Pinto, um médico e pesquisador de radioeletricidade para fins fisiológicos, convencera a Academia Brasileira de Ciências a apoiar a ideia de fundar a primeira emissora brasileira, aquela mesma Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, que viria a ser a PRA-2, até hoje operando.

Mas tinha que dar tempo ao tempo. O Zé, devidamente batizado na Igreja de Nosso Senhor do Bonfim, já balbuciara as primeiras palavras, quando a emissora do Rio de Janeiro, com um transmissor novinho mandou para quase toda a Capital Federal sua música e suas informações.

Os fados, na indecifrável magia do etéreo, agiram nos arquétipos de Platão. E o menino seguiu o que estava escrito: foi viver com o rádio. E assim, de certa forma, está até hoje.

Se lá no assento etéreo, onde subiste,

memória desta vida se consente,

não te esqueças daquele amor ardente,

que já nos olhos meus tão puro viste”. (Camões)


Nota do Editor: José de Almeida Castro é jornalista e escritor. Foi presidente da Abert entre 1972-1974 e presidente da Associação Internacional de Radiodifusão (AIR) por quatro mandatos. Nasceu em 30 de junho de 1922, mesmo ano da primeira transmissão de rádio no Brasil.

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