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Crônicas
07/10/2014 - 09h01
Baladinha à minha irmã
Henrique Fendrich
 

Enquanto dormia, encontrei minha irmã pela primeira vez. Sempre perguntam se eu não sinto falta de ter irmãos. Mas perguntam assim, como se eu sentisse falta de não ter um terceiro braço. Pois eu encontrei a minha irmã, e ela se chamava Helena – como eu próprio me chamaria se tivesse nascido da costela alheia. Chamava-se assim e fazia sentido, porque mantinha a tradição de nomes com a letra H na família. E Helena era bem mais nova, devia ter uns oito, nove anos. É mais ou menos a idade do meu espírito, então nos dávamos muito bem. Ela ria muito enquanto brincávamos, e ainda ria quando observou: “Eu gosto das mesmas coisas que você”. Helena era meio boba, e queria apenas se parecer com o irmão mais velho. Se não me engano, ela era apenas minha meia-irmã. Mas ainda que fosse um quinto de irmã, ainda era a minha irmã. E quando eu, homem feito, chegava em casa, logo perguntava à minha mãe ou quem estivesse por lá: “E Helena? Onde está Helena?”. E Helena então aparecia, e tinha acabado de ler um livro, e eu pedia que me contasse a história. Um adulto qualquer então pedia que ela não me aborrecesse. Qual! Era a minha irmã! A irmã que nunca tive – e a irmã que nunca voltarei a ter.

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