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Opinião
07/10/2014 - 11h04
Vencedores e perdedores das eleições
Nivaldo Cordeiro
 

Abstraindo do fato óbvio de que aos brasileiros está vedado verdadeiramente escolher, visto que o segmento da direita política não tem apresentado nenhum candidato competitivo e a briga eleitoral acaba acontecendo entre representantes esquerdistas, é importante dizer que o eleitorado resolveu dar um basta no PT, a partir do grande colégio eleitoral que é o Estado de São Paulo. As eleições de domingo foram históricas. São Paulo tornou-se o cemitério político do PT.

Não apenas foram vigorosas as vitórias de Geraldo Alckmin e de José Serra, para governador e senador, respectivamente. Foi esplêndida a votação de Aécio Neves e, isoladamente, é esse o fator que o colocou no segundo turno. A derrota de Eduardo Suplicy, que há décadas ocupava a cadeira no Senado, foi emblemática. O PT saiu estraçalhado das eleições paulistas, liquidado.

Marina Silva, embora derrotada, ainda ganhou muito pela expressiva votação que obteve, a despeito da impiedosa “desconstrução” de que foi vítima na campanha eleitoral. Ficou evidente, todavia, que não poderia mesmo prosseguir. Falta-lhe estrutura partidária e mesmo perfil psicológico para ser a primeira dirigente da Nação.

Em larga medida, o responsável pela má performance do PT é o prefeito Fernando Haddad, nos seus zig zags de bicicletas e faixas de ônibus, resumo do experimentalismo, incompetência e descaso do prefeito para com os verdadeiros anseios dos paulistanos. A gestão Haddad é o resumo do projeto fracassado do PT, perfeitamente repudiado pelos eleitores de todo o estado.

Se Aécio Neves, Geraldo Alckmin e José Serra são os grandes vitoriosos deste pleito, os grandes derrotados foram Lula, Dilma Rousseff e o clã Sarney, banido da política nacional e local do Maranhão de uma só vez. A velha oligarquia teve que se aposentar da política.

Lula foi patético na campanha eleitoral, fez discursos alucinados e levou o populismo ao extremo da indecência. A cada discurso dele, consolidava-se o voto petista do bolsa-família e o partido perdia votos qualificados nos grandes colégios eleitorais. O PT é de fato o candidato dos lúmpens, mas isso não é bastante para eleger o presidente da República. O discurso de Lula ficou velho e foi repudiado.

Dilma Rousseff foi também grande perdedora, porque a chance de perder no segundo turno cresceu muito. Será outra eleição, o segundo turno, no momento em que o PT estará sob bombardeio das denúncias de corrupção dos casos de Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef. Quanto mais as delações e as investigações avançarem, maior será o prejuízo eleitoral de Dilma Rousseff. Sem contar que o caso Pizzollato será julgado na Itália antes da nova eleição, fazendo um revival inconveniente dos fatos do Mensalão nas manchetes dos jornais e das televisões.

Parece que a votação de Aécio Neves é mais elástica para cima do que a de Dilma Rousseff. O eleitorado de Marina se sentirá mais confortável votando no candidato do PSDB. E, não podemos nos esquecer, a “desconstrução” de Marina Silva deixou um custo político e psicológico elevado. Nos poucos dias que antecedem o primeiro turno não dará tempo de esquecer. Só resta a Marina Silva, de forma racional e decente, apoiar abertamente Aécio Neves.

Em São Paulo é possível que Aécio Neves venha a ter uma votação acima dos 60%, viabilizando a sua vitória.

A eleição de Fernando Pimentel para governador em Minas Gerais foi um contraponto à tendência geral. O PSDB evidentemente errou na escolha do nome, mas colheu o que plantou. A escolha de Antonio Anatasia para senador, todavia, equilibrou o tabuleiro mineiro. Não podemos nos esquecer também que em Minas Gerais o PSDB colheu a melhor votação dos últimos tempos para a Presidência da República.

Noto que talvez estejamos vivendo os últimos dias da república petista. Já deu o que tinha que dar. Será o fim de uma era de pesadelos e grandes perigos.


Nota do Editor: José Nivaldo Cordeiro (www.nivaldocordeiro.net) é executivo, nascido no Ceará. Reside atualmente em São Paulo. Declaradamente liberal, é um respeitado crítico das idéias coletivistas. É um dos mais relevantes articulistas nacionais do momento, escrevendo artigos diários para diversos jornais e sites nacionais.

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