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Opinião
16/10/2014 - 11h00
A mão do destino
Benedicto Ismael Camargo Dutra
 

Estamos diante do ameaçador cenário de um país descontrolado que não cuida direito do seu quintal e vai suprindo suas deficiências com empréstimos internos e externos para atender necessidades secundárias, em vez de aplicar em investimentos prioritários. Enquanto a corda da liquidez está frouxa, os responsáveis poderão se enrolar e o país cair enforcado pelas dívidas. O mesmo se dá com o engodo cambial para segurar a inflação, pois não fomos capazes de suprir o mercado interno com eficiência, mas é fato que sempre estivemos com a corda no pescoço, tendo de manter os juros lá em cima para atrair dólares e financiamentos.

Entramos numa rota de dólar barato que fez a alegria de turistas e consumistas, gerando acomodação, mas a indústria perdeu terreno, a educação estagnou, os produtos importados aqui disponíveis geralmente são de qualidade inferior. Permanecemos dependentes dos produtos primários e dos humores dos financiadores externos. Há um grande desequilíbrio. Não se pode descuidar das contas, internas e externas. Além de termos falta de tudo, pois muito da riqueza aqui gerada foi externalizada, há os desperdícios, os desvios e a corrupção deslavada. Para acabar com os déficits, precisamos de líderes estadistas no governo e nas empresas.

Em vez de focar no mercado externo para ter o que exportar além dos primários produzidos com mão de obra desqualificada, deixamos que o dólar ficasse barato, encarecendo o que se exporta e barateando o que vem de fora. O mercado interno foi cedido sem contrapartida. A política de austeridade corta na carne, retarda o crescimento, temos agido como cigarras desperdiçando recursos. Falta seriedade em tudo, não demos preparo aos jovens, assim vamos perdendo o direito de definir nosso destino.

Representantes eleitos pelo povo – governantes, vereadores, deputados e senadores –, que precisam se levantar de suas poderosas e rentáveis cadeiras, e ir ver a realidade para buscar soluções para um Brasil humano! Vemos o lamentável quadro formado pelas novas gerações sem propósitos, facilmente presas do alcoolismo e outras drogas sem se disporem a definir objetivos de um futuro melhor e agir com seriedade.

Os rapazes são o futuro imediato. As garotas, mais ainda, pois o futuro do futuro depende delas pela condição de serem as futuras mães. As crianças precisam dos bons exemplos dos contos mágicos, um livro aberto com lindas imagens para estimular a intuição e a criatividade. As mulheres formam o grande esteio da humanidade. Os homens precisam do bom direcionamento que elas sabem indicar. Se elas não estiverem cônscias de sua responsabilidade ao gerar e preparar os futuros cidadãos, o que será da humanidade? Do jeito que as coisas vão, tendemos à decadência. Urge impedir esse enfraquecimento do país.

Em milênios de civilização não conseguimos estabelecer uma ética humana universal. O diálogo se torna muito difícil. Como lidar com a insegurança, a violência e o desânimo que se espalham pelo mundo, inclusive no Brasil?

Outro problema prioritário é que precisamos de cinema responsável que contribua para o aprimoramento humano, mormente no Brasil que possui baixo nível de educação. A julgar pelos filmes exibidos ultimamente predomina o que de pior, como roubos, violência, assassinatos, mentiras e traição, sexualidade embrutecida, estupros, suicídios, livremente exibidos para crianças e adolescentes. Há uma legislação de incentivo à produção de áudio visual, então, deveríamos esperar que a verba pública fosse bem aplicada, de forma a contribuir para o bom preparo das novas gerações no enfrentamento dos desafios da vida. Apesar dos recursos disponíveis, tem faltado empenho para tirar o país do subdesenvolvimento. Que futuro merece o povo do Brasil?


Nota do Editor: Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, e associado ao Rotary Club de São Paulo. Realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. É também coordenador dos sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br, e autor dos livros “Conversando com o homem sábio”, “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”, “O segredo de Darwin”, e “2012... e depois?”. E-mail: bicdutra@library.com.br.

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