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Medicina e Saúde
20/10/2014 - 12h16
Envelhecimento
 
 

Completar 100 ou 120 anos de vida será um fato comum, em um futuro próximo. Hoje, os avanços da ciência possibilitam a vida mais longa e o desenvolvimento de tecnologia genética para prevenir doenças é uma promessa. Os produtos farmacêuticos de última geração, os antibióticos, a melhor qualidade da nutrição e os avanços nas medidas de saúde pública permitem que um indivíduo ocidental, em condições normais de saúde, tenha hoje uma expectativa de vida de quase 80 anos. No início do Século XX, a expectativa de vida ficava entre os 40 e 50 anos. Esse fato é um dos temas que mais preocupam os cientistas de todo o mundo, porque viver muitos anos, sem qualidade de vida, pode se tornar uma tortura. A forma com que se envelhece é determinada por causas genéticas, ambientais e pela história de cada organismo. Porém, os seres humanos podem atuar sobre seu próprio envelhecimento, protegendo-se contra os fatores de risco e adquirindo hábitos saudáveis desde a infância.

O neurologista Jay Van Gerpen, pesquisador e professor adjunto de neurologia da Clínica Mayo de Jacksonville, Flórida, falou sobre esse tema nesta entrevista:

1) O que acontece com as pessoas que atingem idades muito avançadas? A saúde física é sempre acompanhada da saúde mental?

À medida que as pessoas envelhecem, ocorre uma deterioração geral da função do tecido, como, por exemplo, problemas de visão e audição, artrite, e também uma diminuição da massa muscular, conhecida como sarcopenia. A deterioração da cognição também é um fenômeno típico, porém não é, necessariamente, o envelhecimento normal. Nesse caso, as mudanças nas funções cognitivas de uma pessoa, como, por exemplo, a perda de memória de curto prazo, deveriam ocorrer gradualmente, ao longo de muitos anos.

2) O bem-estar físico favorece a cognição, em seu conjunto?

Hoje em dia, há grandes evidências de que a condição física está diretamente ligada à preservação das funções cognitivas. Especificamente, uma caminhada emprega todos os níveis do sistema nervoso, do cérebro aos músculos, coordenados em uma variedade de formas complexas, e esse exercício é uma maneira muito eficiente de beneficiar a cognição. Assim, embora muitas formas de exercício sejam recomendáveis para se manter a saúde, em geral, o maior benefício vem das caminhadas. As normas atuais recomendam que cada adulto caminhe 10 mil passos por dia, a fim de preservar ao máximo seu cérebro. Não é necessário fazê-lo de uma só vez. Portanto, é preciso que cada um de nós utilize um podômetro, para verificar quantos passos damos, geralmente, em um período de 24 horas e, com isso, nos esforçarmos para atingir o objetivo de 10 mil passos.

3) Como a pessoa deve abordar o próprio envelhecimento?

O mestre do violoncelo Pablo Casals, que ainda dava concertos aos 90 anos de idade, disse uma vez: “Aposentar-se é preparar-se para a morte”. Manter-se ativo, tanto física como cognitivamente, é essencial para melhorar as probabilidades de um envelhecimento tranquilo. Se uma pessoa chega à idade da aposentadoria normal e já considera que seu trabalho não é gratificante, deve buscar outra atividade. Isso não significa que a pessoa deva, necessariamente, encontrar outro trabalho (ainda que essa possa ser uma boa opção para alguns). Existem várias atividades que podem ser praticadas depois da aposentadoria, como dedicar mais tempo para tocar um instrumento musical (ou aprender a tocar um), à aprendizagem de um idioma estrangeiro (ou reaprender algum que já foi estudado na escola), fazer exercícios (como sugerido acima) e fazer trabalho voluntário (por exemplo, um engenheiro aposentado pode se tornar um tutor de estudantes de ensino médio com dificuldades em matemática). Quaisquer que sejam as atividades, não devem incluir assistir televisão. Essa “atividade”, como já foi demonstrado em vários estudos, se correlaciona diretamente com a deterioração cognitiva. Assim, embora a maioria das pessoas queira assistir um programa de vez em quando, como um jogo de futebol, é preciso levar em conta o fato de que, quase sempre, há uma maneira mais satisfatória de se passar o tempo, do que ficar em frente da “caixa tonta” (televisão).

4) Há pensamentos na medicina que associam a longevidade não apenas à continuidade da vida, mas principalmente à se manter a saúde e a qualidade de vida?

O conceito de “qualidade de vida” é complicado, já que significa coisas diferentes para pessoas diferentes, incluindo os médicos. Embora alguns escolham a opção de fazer tudo o que é medicamente possível para manter uma pessoa viva, como, por exemplo, colocar um paciente da doença de Alzheimer em um ventilador mecânico, outros (entre os quais me incluo) preferem instruir as famílias a não manter a vida de pacientes, caso se tornem cognitivamente incapacitados, utilizando suportes vitais como o ventilador ou um tubo de alimentação etc. O vital para um indivíduo é satisfazer seus desejos no “fim da vida”, temas inequivocamente claros para sua família e para o médico que cuida do paciente.

5) Há estatísticas que mostram quanto as pessoas mais velhas podem viver?

Atualmente, 120 anos parece ser a vida útil máxima que um indivíduo pode, teoricamente, atingir.

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