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Opinião
22/11/2014 - 08h04
As obras não podem parar
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

O Rio Grande do Sul enfrenta o primeiro reflexo econômico da Operação Lava Jato. A Iesa Óleo e Gás, empresa contratada para fabricar módulos de plataformas de petróleo para a Petrobras, teve seus diretores presos por participação no cartel das propinas, e a estatal rescindiu o contrato de produção. Por conta disso, mil trabalhadores perderão o emprego em Charqueadas (RS) e outros 5 mil indiretos ficarão sem atividade. É um grande problema para o município, de 35 mil habitantes. As autoridades locais estão mobilizadas tentando salvar os postos de trabalho, independente do que possa ser apurado nas relações dos empresários com o suposto cartel ou com políticos ou diretores da estatal.

A instabilidade vivida por Charqueadas também se estende a Rio Grande, no sul do Estado gaúcho. Duas empresas que do pólo naval ali instalado são investigadas pela Lava Jato e teme-se que, confirmados problemas, também possam ter contratos suspensos e a necessidade de demitir. Ali se produz cascos para plataformas petrolíferas e navios-sonda. São 12 mil trabalhadores executando obras que somam quase US$ 10 bilhões.

Quando começaram as notícias sobre a Operação Lava-Jato, uma das indagações era sobre o que se faria com os projetos em andamento. As falas de fontes do governo e do meio político eram de que, mesmo com problemas, não havia o risco de “parar o Brasil”. No entanto, o exemplo gaúcho diz o contrário. Evidente que podem existir outros problemas, mas o envolvimento das empresas no esquema das propinas é um grande motivo para a suspensão de contratos e supressão de postos de trabalho. O governo não pode ignorar que, se contratou as obras é porque são necessárias e que, por isso, nelas já se investiu elevadas somas. Portanto, não deve parar. As irregularidades têm de ser sanadas, os culpados exemplarmente punidos, mas há que se proteger o interesse público, o erário e o mercado de trabalho. Outro ponto a ponderar é a possibilidade de, pelo menos parte desses empresários, conseguirem provar terem sido vítimas de extorsão, sendo obrigados a pagar a propina às quadrilhas para só assim ter acesso aos contratos e, principalmente, receber as faturas do trabalho honestamente realizado.

Em todos os pontos onde existam contratos do governo com as empresas suspeitas e até com outras, há a possibilidade de irregularidade e da paralisação de obras. Um grande problema que o Governo, o Congresso Nacional e a Justiça precisam resolver. Como no princípio da biologia, é imperioso expulsar os vermes, mas há de se ter todo cuidado para o remédio forte não matar também o paciente...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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