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Opinião
24/11/2014 - 11h03
Dissimular é preciso! Viver não é
Dartagnan da Silva Zanela
 

I

A dissimulação é uma constante na sociedade brasileira. Não que em outras sociedades não exista um coeficiente de fingimento. Não é isso.

O problema é que em nossas terras nós superamos, e muito, todos os índices de fingimento, fazendo dele não apenas uma nuança ocasional que é utilizada para sobreviver. Aqui, dissimular, é um estilo de vida.

Não são poucos os que fazem da mentira sua profissão. E o número daqueles que encaram a dissimulação como uma vocação não é nem um pouco menor. Por essas e outras que esse é o problema número um de nossa sociedade.

Dum modo geral nos contentamos com a imitação e, em vista disso, ignoramos por completo a necessidade de toda e qualquer possibilidade de realização.

Por exemplo: não almejamos ser realmente bons; contentamo-nos em parecermos bons e, naturalmente, sentirmos que somos bonzinhos.

Não almejamos viver de acordo com o espírito republicano. Pelo contrário! Ficamos satisfeitos em fazer pose de cidadão e de sentirmo-nos portadores dum senso de justiça que, na prática, ignoramos.

Por fim, uma sociedade, onde a média geral das pessoas, investidas ou não de poder, age e, inconfessadamente, pensa assim, está fadada a ser um parque cenográfico com pessoas de papelão que vivem a desmoralizar a democracia enquanto brincam de cidadão.


II

Russel Kirk adverte-nos: “o ideólogo não pode governar bem; mas, tampouco o pode o oportunista”. Ao ler essas palavras, invariavelmente, podemos ver, diante de nossas vistas, a cara escarrada da brasilidade estatizante.

Dum lado temos uma chusma de ensandecidos com seus delírios ideológicos. Esses são disciplinados, organizados em falanges pós-modernas (posicionadas nas ruas, ambientes virtuais e instituições), com o intento de recuperar na América Latina o que o movimento revolucionário perdeu no Leste Europeu no começo dos anos 90 da centúria passada. Em resumo: é a turminha do Foro de São Paulo.

Na outra ponta, infelizmente, os oportunistas não são poucos. Desorganizados, eles formam uma verdadeira horda. Com sua mente pragmática e imediatista, pensam apenas em tirar vantagem pra si e para seus correligionários, pouco importando as consequências para o futuro da república. Resumindo: eles se importam pouco com o presente e com o futuro da nação porque são incapazes de conceber algo diverso da sordidez vivida por eles junto ao poder.

Por fim, em meia a essa confusão, existe aqui e acolá alguns estadistas perdidos. Algumas pessoas que são capazes de pensar a nação em termos mais amplos do que as limitações da alienação ideológica reinante e mais dignos que a rapinagem profissional que parasita as úberes estatais.

Verdade seja dita: os estadistas são poucos. Pouquíssimos. Mas, esses poucos, fazem a diferença.


Nota do Editor: Dartagnan da Silva Zanela é professor e ensaísta. Autor dos livros: Sofia Perennis, O Ponto Arquimédico, A Boa Luta, In Foro Conscientiae e Nas Mãos de Cronos - ensaios sociológicos; mantém o site Falsum committit, qui verum tacet.
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