Mais um estudo americano aponta para os descuidos femininos com relação à saúde do coração. De acordo com o doutor Lewis B. Morgenstern, da Universidade de Michigan, dos quase 400 pacientes acompanhados durante o estudo, apenas 60% das mulheres que já haviam passado por um episódio de infarto costumam fazer o ultra-som das carótidas - para prevenir efeitos secundários cerebrais - em comparação com 71% dos homens. Com relação ao exame de ultra-sonografia destinado a investigar coágulos de sangue que podem atingir o cérebro, provocando derrame, o descuido é ainda maior: 48% contra 57%. Para o doutor Marcelo Secaf, radiologista da URP Diagnósticos Médicos, de São Paulo, a negligência se dá por pura falta de informação. "A sociedade, em geral, se acostumou a pensar que as doenças do coração são tipicamente masculinas. Disso resulta que as mulheres se preocupam muito mais com o câncer de mama e de colo de útero, deixando para segundo plano os exames diagnósticos que previnem cardiopatias." Mas os números não enganam. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, 300 mil pessoas morrem a cada ano em decorrência de doenças do coração. "As mulheres representam metade desse número, ou seja, 150 mil mortes ao ano contra 9 mil que falecem de câncer de mama", diz Secaf.
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