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Opinião
30/11/2014 - 16h30
Maturidade e musculatura
Coriolano Xavier
 

Conversando recentemente com o presidente do Grupo Agroceres, Fernando Pereira, tive uma aula sobre os desafios da suinocultura brasileira. O grupo atua com genética e nutrição animal, e ele falou sobre os focos estratégicos que vão marcar o setor, na perspectiva de uma década. Opiniões de respeito, chanceladas por mais de 30 anos de vivência bem sucedida em gestão de pesquisa, tecnologia e negócios na cadeia da carne suína – e que tento reproduzir e resumir, a seguir.

O suinocultor precisa responder melhor às demandas da sociedade, pois no mundo da mídia vale a percepção que construímos para os nossos produtos e atividades. Hoje, por exemplo, criamos animais em condições infinitamente melhores do que tempos atrás, mas isso ainda não foi percebido pela sociedade e recebemos uma pressão crescente pelo bem estar animal.

A suinocultura é uma atividade atrativa e por isso vai estimular a entrada de novos players ou a expansão de quem já está no negócio. Com isso, aumenta o risco estratégico de sanidade e não podemos ter ilusões: temos que agir desde já para prevenir a entrada ou impacto de doenças e o mais importante: temos conhecimento para isso.

O mercado de commodities continuará clássico na sua essência cíclica de preços, oscilando conforme as pressões de oferta e demanda. Tanto que hoje assistimos a uma recuperação de rentabilidade da carne suína, após um estrangulamento perverso de suas margens.

Os recursos tecnológicos disponíveis crescerão exponencialmente e daí virá um grande desafio: incorporar tecnologia sob o signo de uma estratégia definida de negócios, sabendo claramente aonde se quer chegar, o que é muito diferente de atitudes reativas de sobrevivente.

Muito se fala do déficit educacional e seus reflexos sobre a eficiência do campo. Mas vamos ser claros: a mão de obra vai piorar. O dinamismo da tecnologia vai acentuar o descompasso de nossos recursos humanos e a solução vai depender do próprio setor. Com um detalhe: essa solução não virá com os mesmos processos e visões de qualidade que temos hoje. A tecnologia não para.

A suinocultura brasileira, enfim, já entrou na maturidade, adquiriu musculatura e mostra claras manifestações de competitividade. Agora tem pela frente uma fase de bons desafios, também ótimas oportunidades e precisará aprimorar sua autocrítica, trazendo para si a responsabilidade de resolver os problemas de um modo estruturado e organizado.

Quanto aos focos estratégicos para o setor, seleciono os seguintes: total prioridade para modernização de gestão, esquecendo tudo do passado; atualização tecnológica constante; reduzir riscos financeiros e de sanidade; máxima eficiência, fazendo mais e melhor com o que se tem; e inovar a nossa comunicação com a sociedade.

Falou com autoridade e eu (simples colunista afeito a ter um olhar mais panorâmico das coisas) assino embaixo, com aplauso. Temos aí uma agenda estratégica de peso, e mais do que isso, talvez seja ilusório; afinal, quem tem muitas prioridades na verdade não tem nenhuma.


Nota do Editor: Coriolano Xavier, vice-presidente de comunicação do Conselho Científico para Agricultura Sustentável (CCAS); Professor do Núcleo de Estudos do Agronegócio da ESPM.

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