Fim de ano é família reunida e comida farta na mesa. O problema é que nem todos os membros podem comer tudo o que está posto na mesa. Os cachorrinhos podem ter complicações com uma alimentação equivocada neste Natal e que fazem desta data uma época perigosa para os nossos amiguinhos – isso sem falar dos perigos com a decoração natalina. Rhéa Cassuli Lima dos Santos, médica veterinária do Hospital Veterinário Pró Vita (veterinario24horascuritiba.com.br), afirma que o principal é que os animais não participem da ceia de final de ano. “Mais da metade dos casos de internamento que temos aqui nesta época é relacionada com a alimentação. Tem comidas mais saborosas, todo mundo está mais feliz e quando dão comida para o cachorro, ele acaba passando mal” alerta Dra. Rhéa. A uva é um dos perigos que poucas pessoas sabem “Essa fruta possui uma substância que faz anemia hemolítica, ou seja, acaba estourando as células vermelhas do sangue e pode levar para uma anemia profunda, assim como a cebola e o repolho” explica Dra. Rhéa. O Chocotone, tão em voga ultimamente, é outro elemento perigoso na cadeia alimentar de Natal. “Chocolate contém teobromina, que é um estimulante do sistema nervoso central que pode causar tremores musculares, acelerar a frequência cardíaca e ter efeito diurético. Dependendo da quantidade que se come, pode e vai fazer muito mal”. “A teobromina é um conservante que está presente no cacau, e é bem tóxico para os cães, como se fosse um veneno. Os gatos também são sensíveis, mas os cachorros acabam sofrendo mais. Vale lembrar, também, que a gordura e o açúcar presentes no chocolate predispõem à gastrite, pancreatite e gastroenterite”, explica a veterinária. A veterinária explica que, em muitos casos, os cães chegam bem desidratados. Os sinais podem começar de seis a dez horas depois da ingestão. O animal pode demonstrar bastante sede, vômito, diarreia e ficar bem inquieto. As carnes são outro agravante. Dra. Rhéa explica que a gordura de carnes como peru e tender para os cães é perigoso. “O cão não está acostumado com um aumento de triglicerídeos são grande. O ser humano sim, tem esse aumento momentâneo, mas tudo bem, logo após uma refeição com mutia gordura. O cachorrinho têm problema no pâncreas, por causa da micro-circulação sanguínea, e eles podem desenvolver pancreatite. Chester, carnes, é mortalmente proibida, isso sem contar os ossos de aves, que fazem muitas pontas e podem virar um problema sério” explica Dra. Rhéa, que proíbe ainda o consumo de bebidas alcoólicas mesmo em pequenas quantidades. Atenção com a decoração A maior preocupação da Dra. Rhéa é com os fios de luzes de pinheirinhos. “Cães e gatos podem roer a fiação elétrica e o choque pode ser fatal”. Outros elementos da decoração também precisam estar no radar dos donos. Dra. Rhéa explica que antigamente, quando havia bolinhas de vidros nas árvores, os perigos eram de cacos e cortes profundos, e que o melhor são os enfeites de plástico por oferecerem menor risco. “O barbante e os laços, quando ingeridos, formam um corpo estranho linear. Tudo é novidade pros bichinhos. Um barbante é difícil detectar, assim como fitas de embrulho. O fitilho a gente não consegue enxergar em exames de imagens, e pode complicar pois é preciso abrir para tentar acha e retirar.” A orientação, neste caso, é deixar toda a decoração o mais fora de alcance, no canto da sala, atrás do sofá, e nunca sem supervisão. “Pacotes de presentes de plástico, por exemplo, o gato pode lá entrar e se engasgar e sufocar. Abriu presente, já elimine tudo” conclui Dra. Rhéa. Cuidado com o barulho Fogos de artifício são problemas também, pois o medo dos fogos leva o pet a fugas, podendo ocasionar machucados, automutilações, hiperexcitação e brigas com outros cães, por exemplo. “Em casos mais extremos, podem ocorrer paradas cardíacas em cães mais propensos, além de falta de ar, taquicardia, náuseas e convulsões”, esclarece Rhéa. Atenção geral Nesta época, cães podem se assustar com movimentação de pessoas na casa e até tentar escapar. O melhor é manter tudo fechado, seguro, e o cãozinho vacinado acima de tudo. “Traga o cachorrinho para comer junto, com seu pratinho do lado, com ração e biscoitinho. Não isole o animal, pois isso só vai estressar o pet” conclui Dra. Rhéa.
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