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Opinião
19/12/2014 - 11h00
Não consigo respirar...
Maurício Pestana
 

O assassinato de um jovem negro nos Estados Unidos por um policial branco, que foi absolvido, virou motivo de protestos unindo negros e brancos na Europa e EUA como há muito tempo não acontecia. E o Brasil, segunda nação mais negra do mundo como se coloca neste contexto?

De acordo com a ONU, as Américas têm a maior taxa de homicídios global. Nosso país reúne 10% do total de homicídios do planeta. Curioso é que segundo o Mapa da Violência (2014), não aconteceram grandes mudanças na taxa nacional de homicídios nos últimos 10 anos por aqui. Ao contrário, a taxa de 28,9 homicídios por 100 mil habitantes em 2002 teve praticamente o mesmo índice em 2012.

O que aconteceu é que, no Brasil, de acordo com o Mapa da Violência, o número de vítimas brancas diminuiu de 19.846 em 2002 para 14.928 em 2012, representando uma queda de 24,8%. Entre os negros, as vítimas aumentaram de 29.656 para 41.127, respectivamente, um crescimento de 38,7%. Ou seja, entre 2002 e 2012 o número de homicídios se manteve estagnada de forma geral, diminuiu entre os brancos e aumentou entre os negros. A vitimização negra nestes 10 anos cresceu 100,7%.

A perversidade do racismo brasileiro, a omissão dos órgãos de segurança pública, dos meios de comunicação e o silêncio da população branca e negra não têm qualificado o problema na envergadura que merece, uma vez que se apresenta como sendo um dos maiores desafios na questão da violência institucional brasileira. O tema não encontra o eco necessário nem mesmo nos movimentos sociais, quando muito, um ou outro sai denunciando.

Os telejornais, ao noticiarem os protestos nos EUA ou em Londres, reforçam a expressão: “era um jovem negro, morto por um policial branco”. Aqui no Brasil, os homicídios que vitimizam a esmagadora maioria de jovens negros são temas dos quais os meios de comunicação se afastam, a vítima aqui nunca tem cor. Nem a vítima, nem o agressor. De vez em quando, a cor vira, no máximo, estatística para alguns estudiosos do assunto estarrecer-se. E continuamos achando que o problema do racismo e da violência letal contra os jovens negros não é coisa do Brasil!


Nota do Editor: Maurício Pestana, jornalista, foi diretor executivo da Revista Raça Brasil.

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