Diarreia crônica, anemia, perda de apetite e dor abdominal, são alguns dos sintomas da doença celíaca. Ela é uma intolerância que o organismo de algumas pessoas apresenta após a ingestão de glúten – uma proteína encontrada no trigo, aveia, centeio, cevada, malte e seus derivados. Para esclarecer as dúvidas sobre a doença, a nutricionista do Hospital e Maternidade São Cristóvão, Cintya Bassi fala sobre o assunto.

A doença celíaca é uma desordem sistêmica autoimune, resultante da ingestão de glúten. “O paciente com doença celíaca tem a imunidade incompatível com uma proteína presente no glúten. Quando o indivíduo ingere essa proteína, uma enzima localizada na mucosa do intestino reage contra ela, trazendo como consequência danos à vilosidade – elevações presentes na parte interna do intestino, que facilitam a absorção de nutrientes da mucosa intestinal”, explica a profissional.

Dentre os sintomas já citados, a prisão de ventre, vômito, alteração de peso corporal, atraso no crescimento, alteração de humor, distensão abdominal, osteoporose e perda óssea são os sinais mais comuns da presença da doença. “Para diagnosticá-la, exames de sangue são muito utilizados, eles avaliam a reação de anticorpos específicos, porém a confirmação do diagnóstico ocorre através da observação de alteração dos vilos que revestem o intestino delgado”, diz a nutricionista do São Cristóvão.

O tratamento é realizado com a exclusão definitiva de alimentos que contenham glúten. “Pães, massas, bolos e biscoitos a base de trigo são cortados da dieta. Ficam liberados alguns alimentos que podem substituir essas farinhas como a farinha de arroz, farinha de milho e maisena, polvilho e fécula de batata”. É importante ressaltar que bebidas como cerveja e uísque também não podem ser consumidas, assim como achocolatados com malte e aveia, alerta a nutricionista.

É preciso tomar cuidado com a contaminação de alimentos classificados como sem glúten. “O celíaco precisa ficar atento às embalagens dos produtos que informam a presença ou não de glúten, pois mesmo os traços da proteína podem desencadear os sintomas. Com a dieta de exclusão o celíaco leva uma vida normal”, finaliza Cintya Bassi.