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Opinião
07/01/2015 - 11h02
Bom dia, Chicago!
Ciro Antonio Rosolem
 

“Bom dia! Como está Chicago?”. Essa tem sido a saudação entre sojicultores ultimamente. A cada respiro do clima nos Estados Unidos, a cada ajuste na previsão de produção de algo próximo de 100 milhões de toneladas de soja lá pelas bandas da América do Norte, algumas centenas de agricultores brasileiros passam do verde para o vermelho. Estaríamos iniciando um ciclo de baixos preços de commodities? Alguns economistas dizem que sim.

Os preços internacionais dos produtos agrícolas obedecem a ciclos, mediados por diversos fatores. Após um período de aumento rápido de preços, vive-se um período de vacas gordas. Mas, logo em seguida vem um período de ajustes, quando os preços sobem menos, e depois sofrem queda. Muito bem. Alguns economistas apontam fortes evidências de que o pico de alta teria passado e, agora, enfrentaríamos um período de baixa. Até aí, tudo normal. É cíclico. O problema é o que aconteceu, ou deixou de acontecer, durante a bonança.

O desenvolvimento da agricultura brasileira é conhecido e hoje reconhecido. Ganhos em eficiência, em tecnologia e em escala compensaram a primeira onda de diminuição de preços. Entretanto este elástico está no fim. Quase arrebentando. Apesar de ainda haver algum aumento na produtividade média da soja no Brasil, no Mato Grosso, onde se tem as maiores produtividades, ela tem oscilado de 3.000 a 3.200 kg/ha há aproximadamente 10 anos. Está estagnada. Por outro lado, os ganhos em produtividade foram engolidos pelos altos custos logísticos, tributários e trabalhistas. Enquanto isso, com as obras públicas emPACadas, tome conversa eleitoreira.

O ciclo de alta, mais a evolução da tecnologia e da gestão agrícola, permitiram à agricultura brasileira viver um ciclo virtuoso, onde o crescimento econômico foi acompanhado da melhoria na sustentabilidade dos sistemas e do respeito ambiental. O grande exemplo são os sistemas integrados. Entretanto, segundo levantamento da EMBRAPA, boa parte da soja brasileira é produzida em áreas marginais para a cultura. Também a rotação com pastagem, ou florestas, se dá, na maioria das vezes, em áreas marginais de cultivo. Isso quer dizer: custo alto. Daí muitos agricultores oscilarem entre o verde e o vermelho a cada Bom dia, Chicago!

Mas a China não tem conseguido produzir toda soja que precisa. E vai precisar mais. É um indicativo de que, talvez, aquisições chinesas contenham a queda livre dos preços. Os americanos estão de olho neste mercado, e têm mostrado competência em negociar suas safras. De qualquer modo, as obras necessárias teriam mais um tempo para desemPACarem no Brasil, que assim manteria a competitividade.


Nota do Editor: Ciro Antonio Rosolem, Vice-Presidente de Estudos do Conselho Científico para Agricultura Sustentável (CCAS) e Professor Titular da Faculdade de Ciências Agrícolas da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (FCA/Unesp Botucatu).

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