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Opinião
11/02/2015 - 11h00
Rasuras no diário da corte
Dartagnan da Silva Zanela
 

[i] A verdade não é um parecer que emitimos. Algo não se torna verdadeiro simplesmente porque nos apetece. Aliás, todo aquele que é capaz de ser razoavelmente sincero consigo sabe que muitas vezes apreciamos coisas desprezíveis e que rejeitamos outras tantas que são evidentemente verdadeiras. Essa aceitação, ou rejeição, em nada contribui para a veracidade ou falsidade do objeto; apenas reflete o nosso estado subjetivo em relação a ele.

Essa praga, o subjetivismo como critério de veracidade, tornou-se uma epidemia que infecta todos os meandros da sociedade contemporânea onde tudo passa a ser julgado pelo critério do “eu penso assim” ou do “ou acho assado”, substituindo a constatação direta de que algo seja assim ou assado.

Só o fato da grande maioria dos indivíduos confundirem o que pensam e sentem em relação a algo com o que esse algo seja, por si só, é um sinal inconteste de que chegamos a um nível praticamente intolerável de demência.

Perguntar o que algo é, ou o que está ocorrendo de fato, independente do que se pense ou sinta sobre o assunto, é reconhecer que a realidade é maior e mais abrangente que o nosso inchado ego. Não é à toa que tal postura seja tão difícil de ser exercitada em nossa egocêntrica sociedade.

[ii] Stanislaw Ponte Preta lembra-nos, laconicamente, uma verdade simples que nós, atualmente, simplesmente fizemos questão de esquecer. Digo: que fizemos questão de perverter. Ele nos aponta o óbvio: Os valores morais são os únicos que conservam os preços de antigamente. Ponto. Mas nós, obviamente, fazemos questão de não entender isso. Fingindo ouvidos loucos, fazemos pose de sabidos, modernosos e independentes que agem de maneira imprudente, com base em volúveis e impudicos juízos construídos a partir das telenovelas e minisséries da Globo. Ou algo pior.

[iii] Houve um tempo em que um filho era visto como uma benção. Dum modo geral, com um sorriso sincero no rosto, as pessoas diziam: “Que Deus lhe abençoe! Um filho é uma dádiva dos Céus! Que bom!” Bom mesmo.

Pois é, de lá pra cá, muitas primaveras passaram e hoje, quando um casal comunica que terá um rebento, nem sempre o faz com júbilo. Há pessoas que não mais veem os pequenos como uma dádiva. Inclusive temos aqueles que veem uma criança como um custo adicional, um incômodo, um acidente de percurso, algo que aconteceu e que era indesejado pelos genitores.

A maternidade, bem como a paternidade, não mais são projetos de vida. Tornaram-se algo de segunda classe que poderá vir a ocorrer caso sobre um tempinho para isso, tendo em vista que existem muitíssimos outros planos e desejos, mais desejos que planos, à frente da responsabilidade pelo cultivo duma família. Resumindo: poucos são aqueles que abrem mão da realização da egolatria nossa de cada dia em favor da vida.

[iv] No Brasil, o progresso, caminha assim: um passo pra frente, três tombos pra trás.

[v] A dignidade humana começa onde a frieza e a malícia do Estado terminam.

[vi] Que tipo de organização é essa onde, em seu aniversário de fundação, seu presidente de honra ataca frontalmente a polícia federal e a impressa livre? Que tipo? Pois é, bem que eu desconfiava...


Nota do Editor: Dartagnan da Silva Zanela é professor e ensaísta. Autor dos livros: Sofia Perennis, O Ponto Arquimédico, A Boa Luta, In Foro Conscientiae e Nas Mãos de Cronos - ensaios sociológicos; mantém o site Falsum committit, qui verum tacet.
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