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Opinião
19/02/2015 - 07h00
Da marolinha ao tsunami. E agora?
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

O ano começou com o reajuste nos preços dos combustíveis, a volta do IPI “cheio” aos veículos zero quilômetro, o governo insistindo na tabela corrigida a nível inferior ao da inflação apurada, que levará o povo a pagar mais Imposto de Renda e, de quebra, haverão reajustes elevados nas tarifas de eletricidade. Não é o caso de discutir se esses reajustes são corretos ou não. Mas não se pode ignorar que eles vêm num momento crucial para a economia brasileira. Os combustíveis impactam sensivelmente os transportes e estes se projetam diretamente no custo de todas as mercadorias. A eletricidade é insumo indispensável à estrutura social e econômica do país e, tornando-se mais cara, vai alimentar a inflação. A cobrança do imposto “cheio” é a correta em qualquer economia mas, em causa extrema, estabeleceu-se a desoneração no Brasil com o anunciado propósito de transformar o “tsunami” que se abatia na economia mundial em 2008/9 na ora festejada “marolinha”. Pode ser que depois da marolinha, tenhamos de, finalmente, enfrentar o tsunami.

Desde o estabelecimento do Plano Real, há 20 anos, os governos têm lastreado a política econômica no controle e não admissão da volta da inflação. Velhos hábitos econômicos de defesa, como a indexação de preços, foram extirpados da economia nacional. Muitos quebraram em função das mudanças e os governos nos carregaram de propaganda institucional positiva, dando a falsa idéia, de que havíamos encontrado as soluções para nossos problemas. Uma técnica de comunicação sempre utilizada pelos governos, independente de sua orientação política ou ideológica. As benesses eleitoreiras, as negociações políticas fisiológicas e a corrupção completam a farra.

Hoje deparamos com a indústria reduzindo sua produção e fechando postos de trabalho, o comércio em baixa e a inflação ameaçando explodir. Pressionada, a presidente buscou uma equipe econômica ortodoxa, que promete e luta pelo amargo ajuste, mas enfrenta dura oposição da sociedade, mal acostumada com a propaganda otimista de todos esses anos de “prosperidade”. Passada a reeleição, a presidente não precisa fazer mais o papel de boazinha, mas tem de evitar muitas “maldades” para não causar a explosão social. Vive uma solitária encruzilhada.

Está na hora de repensar o país. A sociedade e suas forças econômicas têm o dever de pressionar pelas reformas necessárias. O governo tem de fazer sua parte e reduzir o tamanho de sua perdulária máquina de 39 ministérios. Há que se cuidar para que o ajuste não seja um ônus exclusivo do povo pois, se assim for, a explosão social será certa. É preciso muito juízo para enfrentar o ameaçador tsunami que demorou, mas já apresenta suas primeiras ondas ameaçadoras...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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