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Crônicas
23/02/2015 - 15h00
A selfie e sua vara
Flávia Arruda
 

Antes era só esticar o braço com o celular na mão, fazer pose de preferência de biquinho em frente ao espelho, e se auto-fotografar, fazer uma Selfie. A onda do momento agora tem novo aliado, é um tal de pau de Selfie, que permite captar, a média distância, mais rostos e paisagens, abrindo o campo de visualização para deixar tudo registrado, sem perder nenhum flash. As selfies e suas variantes são as mais novas maneiras de expressão, e não basta só tirar o retrato, tem que ser postado instantaneamente, em tempo quase real, nas redes sociais (Facebook, Instagram, Twitter, Flickr e similares – Ufa! recorri aos meus filhos, são tantos aplicativos que não dei conta de sabê-los todos).

Pensei no que leva uma pessoa se auto-retratar toda hora; de frente pro espelho; no meio da rua; na igreja, no meio da missa; em velório; nos barzinhos e festas; sozinho ou em grupo, não importa, o que vale é mostrar-se, fazer-se aparecer. Lembrei de uma série que assisti há algum tempo na TV Cultura sobre os “7 prazeres capitais – pecados e virtudes hoje”, com a curadoria e apresentação do historiador Leandro Karnal. Sobre as distorções dos valores ao longo dos tempos. O que antes era tido como vaidade, o maior de todos os pecados, terminantemente condenada pela igreja católica, hoje deu lugar a auto-estima, a valorização de si mesmo, amor próprio.

O mundo das selfies desencadeou avantajadamente o narcisismo nas pessoas, seja pela autopromoção, pelo intuito de expressar sensações momentâneas ou mesmo para registrar os passos diários por lugares, com pessoas ou coisas. Desde anônimos até celebridades, a moda é fabricar imagens e histórias de si mesmo, diga-se de passagem, causando inveja em muitos tolos, curiosidades em outros tantos e alimentando o orgulho e a vaidade de quem se projeta virtualmente. A palavra de ordem é mostrar-se.

Esses dias lendo um conto de Ângela Lago (Muito Capeta), que fala sobre o Diabo louro – Conto baseado na crendice popular, para os meus alunos apenados, não contive a gargalhada ao ler a parte em que o dito cujo se deixou aprisionar pela vaidade, pelo orgulho de se achar o tal... E o melhor de tudo, enganado pela inteligência feminina.

E eu? Com todo esse discurso antinarcisista? Lógico que também tiro muitas selfies... Afinal sou uma reles pecadora, trabalhando minha auto-estima, contando as curtidas no Facebook a cada foto postada, e quando tem comentários... Ah! Fico pra lá de envaidecida.

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