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COLUNISTA
Sidney Borges
25/04/2005 - 09h03
O Papa e a juventude hitlerista
 
 

Cláudio Humberto, ex-homem de confiança de Fernando Collor, a quem defendeu com fidelidade canina, famoso pelo bordão "bateu levou", disse que não confia num Papa que pertenceu à juventude hitlerista. Na verdade ele expressou a opinião de boa parte da igreja, principalmente dos fiéis mais afeitos ao pensamento progressista. Deve ser lembrado que na ocasião o Papa tinha doze anos e a Alemanha estava em guerra. Nessa idade o caráter do homem ainda está em formação, nada é definitivo. Somos facilmente cooptados, eu mesmo fui assediado por grupos integristas, com meus colegas de escola, alguns dos quais acabaram entrando em seminários. Nenhum seguiu adiante, isto é, apenas um, hoje alto membro da Opus Dei em Roma. Devo esclarecer que não é mais meu amigo, não por mim, que não discrimino idéias, mas por culpa dele, que renegou inclusive à família. O fato do Papa ter pertencido à juventude hitlerista é irrelevante frente ao espinhoso trabalho que há pela frente. Estamos fisicamente no século XXI, embora poucas pessoas estejam mentalmente na frente da onda temporal. O pensamento vigente ainda é do século XIX, para não dizer do XVIII, com algumas pitadas de século XX. Acontece que as comunicações avançam celeremente e democraticamente, já começa a ficar difícil moldar as massas. A Internet derrubou as últimas barreiras que nos separavam da democracia das informações. O resultado está aí, blogueiros formando opinião, enquanto os escribas a serviço dos poderosos perdem terreno dia a dia. Cabe ao Papa enfrentar os desafios de um mundo globalizado e ao mesmo tempo conciliar os dogmas e as tradições do pensamento fundamentalista. Segundo informações das agências internacionais, Bento XVI considera a globalização o maior inimigo da Igreja. Se for verdade, ele terá de ser muito criativo para vencer a batalha monumental da qual foi incumbido. Há poucos católicos que vivem no século XXI com disposição para acreditar em dogmas, como a ressurreição de Jesus Cristo. Quem quer que tenha sido o criador, estabeleceu leis que não podem ser violadas. Portanto, o Papa vai ter de deixar de lado uma parte do pensamento medieval e tentar conciliar tradição com modernidade. Eu não queria estar na pele dele.


Nota do Editor: Sidney Borges é jornalista e trabalhou na Rede Globo, Rede Record, Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo (Suplemento Marinha Mercante) Revista Voar, Revista Ícaro etc. Atualmente colabora com: O Guaruçá, Correio do Litoral, Observatório da Imprensa e Caros Amigos (sites); Lojas Murray, Sidney Borges e Ubatuba Víbora (blogs).
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