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SEÇÃO
Crônicas
06/03/2015 - 09h00
Meu `amigo oculto´ é...
Marina Alves
 

Final de ano. “Amigo oculto” do pessoal do escritório. Casa da Margaret, sábado, 5 da tarde. A turma foi chegando pontual e toda animada. A festa prometia: ia ter o Nelsinho ao violão. Musiquinhas saudosistas que todo mundo adorava para “curtir” recordações dos velhos tempos.

E os comes e bebes? Essa era a melhor parte. Pelo menos, a Fátima achava. Não queria nem saber dos quilinhos a mais que o espelho andava mostrando. Fim de ano é assim mesmo. Ninguém escapa ileso das delícias desta época.

A carne assada já cheirava no quintal. O Daniel é quem tomava conta desta parte, que ninguém competia com ele. Tinha lá uma “ciência” que nunca revelava para não perder o posto de “churrasqueiro oficial” nas festas da repartição.

Dezoito pessoas ao todo. Espalhadas pelas muretas da varanda ou pelo chão, elas riam e conversavam descontraidamente. Era boa aquela coisa de “Amigo oculto”. Quem inventou merecia uma medalha. Lá pelo meio da noite, Margareth pediu uma pausa e, enfim, anunciou:

– Hora da revelação. Vamos lá, gente? Todo mundo aqui em volta da mesa!

Começaram com o Clodoaldo. Era o mais velho, merecia essa consideração. A turma aplaudiu. Ele tinha sorteado a Rosana, que saíra com o Augusto, que saíra com a Paula e por aí afora...

Agenda, porta-retrato, bombom, sabonete, livro, CD, as prendas eram as mais variadas. A cada revelação, gritinhos alegres, abraços, comentários picantes ou engraçados, tudo como manda o figurino de um bom “Amigo oculto”.

Enquanto isso, lá do seu posto de observação, Geninha estranhava:

– Ué, parece que todo mundo está gostando. Será que esse “Amigo oculto” não vai dar “zebra”? Incrível...

Pensou cedo demais, a Geninha. A Dalva, toda animada, acabava de descrever as características de sua amiga secreta. Ela era a...

– Silvana!

Expectativa no recinto. Ih, coitada da Dalva! Logo a Silvana? A moça era chaaaaaaata! Todo mundo sabia. Tinha um geniozinho! Será que o presente ia agradar? A resposta veio em seguida:

– Um relógio despertador!? Ela gritou visivelmente indignada. Por acaso está me chamando de preguiçosa, Dalva? Só porque esta semana cheguei atrasada por três vezes? Eu justifiquei, minha filha. Tá pensando o quê?

O tom era nada cordial. Estava mesmo aborrecida. Houve um silêncio geral na plateia que preferia não interferir em questão tão delicada. Sem se conter, Silvana continuava na ofensiva:

– Tinha que ser eu? Logo eu que soube escolher um CD original, de tanto bom gosto pra Lu?

O relógio despertador que não tinha nada a ver com o caso, foi jogado com descaso sobre a mesa. E lá se foi a pretensa dona, toda ofendida, batendo a porta sem cerimônia.

Bom, e agora? Olhares sem graça, clima de constrangimento, ninguém sabia o que fazer. A própria Dalva, motivo desencadeador de tamanha desavença, julgou por bem intervir.

– E aí, gente, a festa vai acabar por causa disso?

Todo mundo riu. Concordou que não e a revelação prosseguiu alegre do jeito que começara. Afinal, “Amigo, oculto” é só uma brincadeira. E quem a leva a sério demais corre o risco de transformá-la em “Inimigo Declarado”. Quem não sabe brincar, melhor não entrar.

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