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Opinião
13/03/2015 - 13h51
Encurtando o causo
Dartagnan da Silva Zanela
 

Sem escapatória – Manter-se silencioso é um pré-requisito para o salutar cultivo da procura pela sabedoria. Literalmente, indispensável para o desenvolvimento de nossa caminhada pela estrada do conhecimento. Todavia, nas relações humanas não é bem assim que a banda toca. Nos ensina Camilo Castelo Branco que, em determinadas circunstâncias, o silêncio tem o peso duma confissão. Ele fala mais do que mil palavras. Isso mesmo! Após o grande silêncio dum estadista (ou pseudo-estadista), qualquer explicação proferida por ele, por mais sofisticada que seja, apenas confirma o que fora delatado pelo seu indecoroso silêncio.

Um pingo de amor próprio – A egolatria nada mais é do que uma infantilização irascível da alma duma pessoa em idade adulta. O culto de si, por si e para si mesmo. E não precisamos duma dose cavalar de narcisismo para nos afogarmos nos mares de si. Para tanto, já é mais do que suficiente, uma pequena gota de amor-próprio que, em resumidas contas, não passa dum velho conhecido nosso: o orgulho. Esse, ao mesmo em que nos faz ver em nós algo que, de fato, não o somos, também nos arma com um poderoso dedo acusador para os outros, acusando-os, muitas vezes, do mal que habita nosso coração. E, é claro, que nesse acusar, nos fazemos de vítimas por imaginarmos que o mundo é injusto por não atender nossas clamorosas, ou silenciosas, súplicas. E assim o é porque, como nos ensina Santo Agostinho, quando assim procedemos estamos confundindo, trocando, se preferirem, o amor a Deus pelo amor a nós mesmos. Por isso o ideal seria se não tivéssemos nem um pingo de amor-próprio, mas sim, pudéssemos nos perder num oceano de amor a Deus.

Manifestações – No dia 13 de março de 1964, o então presidente Jango, juntamente com seus pares, realizou um comício para aglutinar as forças que o apoiavam em seu intento golpista. Nessa data, uma grande multidão tomou as ruas e, uma muito maior, recusou-se.

Essa segunda repudiava o governo em questão. Uma silenciosa multidão que, nessa noite, ao invés de partir para o quebra-quebra, ficou em casa. Essas pessoas apagaram as luzes de seus lares, acenderam uma única vela e lá ficaram, rezando, clamando por misericórdia. Velas que iluminaram essa triste noite escura de março.

Dias depois, ocorrem as marchas das famílias com Deus pela liberdade. Uma manifestação imensamente maior que o comício janguista. Os anos passaram e a memória foi obscurecida pelo ressentimento canhoto. Ressentimento que hoje impera em nosso país. Obscurecimento que almeja perpetuar-se ad infinitum em nossa pátria.

Atualmente muitos estão indo às ruas para protestar contra os desatinos governistas, outros tantos para apoiá-los, porém, quantos estão pedindo misericórdia ao Rei dos reis? Quantos? Infelizmente, hoje, ao contrário de ontem, sobra confiança nas multidões e nas ideologias totalitárias e falta, como falta, fé em Deus. Não só isso! Carece-se, e muito, de virtudes para vivê-la de maneira varonil.

Enfim, nesse dia 13, apaguemos as luzes de nossas casas, acendamos uma vela e rezemos devotamente a Deus clamando por misericórdia e, no dia 15, mostremos nossa cara iluminada pela nossa fé para expressarmos a nossa esperança de um Brasil melhor.


Nota do Editor: Dartagnan da Silva Zanela é professor e ensaísta. Autor dos livros: Sofia Perennis, O Ponto Arquimédico, A Boa Luta, In Foro Conscientiae e Nas Mãos de Cronos - ensaios sociológicos; mantém o site Falsum committit, qui verum tacet.
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