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Opinião
20/03/2015 - 07h00
O Brasil no pelourinho
Benedicto Ismael Camargo Dutra
 

Qual o significado dessa tragédia que estamos vivendo? Até parece que estamos indo para o Pelourinho, o local na praça pública onde se puniam os escravos. O país precisa de estadistas sábios, competentes, empenhados no progresso real. Precisa fortalecer o preparo da população para uma vida construtiva, benéfica. Sem isso permanecemos dominados e manipulados pelos predadores. Não organizamos a produção industrial e agora o frágil mercado interno recebe duro golpe. Influenciados pela insatisfação e ódio, não estamos vendo o essencial.

Em toda a sua história, poucas vezes o Brasil foi administrado com responsabilidade e visão de melhor futuro. Agora adentramos numa nova crise. Evidentemente, os corruptos predadores devem ceder o lugar para pessoas sérias, competentes, empenhadas no progresso real. Não basta que o poder e a gestão mudem de mãos; precisamos de governantes responsáveis e competentes para que elaborem, com toda a seriedade, um plano de ações que promova o progresso do país e de sua população.

O dólar tem permanecido barato entre nós desde que o Brasil concluiu o resgate da velha dívida externa. É muito bom termos a possibilidade de viajar e adquirir produtos importados, mas sem disciplina isso acaba em déficit que de novo desemboca na armadilha da dívida. Os governos mantiveram essa política ilusória visando agradar ao eleitorado. Para segurar o dólar, antes da eleição, foram vendidos cerca de US$ 100 bilhões em papéis com variação cambial. O dólar subiu muito, chegou a conta para o governo, isto é, para a população.

Com a ilusão do dólar barato, fomos generosos na exportação de empregos para o mundo, enquanto a indústria foi definhando. Mas como não emitimos dólares, a ginástica para manter o artificialismo custou caro. A exportação das commodities básicas tem importância para formar reservas em dólares, mas na ausência de um projeto, permanecemos como quintal do mundo, fornecendo matérias-primas com a permanente dependência dos humores dos países importadores que decidem da forma que melhor lhes convêm, enquanto que, internamente, não conseguimos construir uma estrutura sólida para sairmos do atraso em que nos encontramos.

Agora colhemos o desequilíbrio geral. A população não quer aceitar o realismo cambial pressionado pela queda nas exportações; a insatisfação e a revolta eclodem nas ruas, agravadas pelo estelionato nas obras públicas e nas estatais. Economia e política andam juntas, mas o governo, na gestão das estatais, tem se mostrado pernicioso pelo descontrole e despotismo dos gestores. Tem de haver um plano, um acordo que leve ao equilíbrio geral. É preciso dar um basta ao atual circo nos poderes.

O momento é nebuloso e complicado. Há muito ódio e lutas pelo poder. Não podemos ficar inertes, mas precisamos de cautela e vigilância para não cairmos como inocentes úteis diante de interesses que desconhecemos. Nesta hora difícil, o patriotismo dos estadistas sábios deve falar mais alto. Essa classe política já tripudiou demais. Com pessimismo, desânimo, despreparo e atos arbitrários, permaneceremos decaindo, colocando o Brasil na beira do abismo. Leva tempo para consolidar um país com seus propósitos elevados e avançar no desenvolvimento com a participação consciente e confiante da população. Falta consideração para com os cidadãos que precisam ser motivados e conscientizados de que é possível sair do lodaçal. Falta união em prol do Brasil.

Esta é a hora em que o atual governo deve ter humildade para reconhecer os erros, e a população ter a coragem para se unir em torno do ideal de salvar o país. Necessitamos conduzir o Brasil para a sua vocação de nação pacífica, que progride em harmonia, visando o aprimoramento e a felicidade das pessoas que aqui vivem.


Nota do Editor: Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, e associado ao Rotary Club de São Paulo. Realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. É também coordenador dos sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br, e autor dos livros “Conversando com o homem sábio”, “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”, “O segredo de Darwin”, e “2012... e depois?”. E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

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