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SEÇÃO
Crônicas
27/03/2015 - 15h03
Entre lixo e lixeiras
Marina Alves
 

Segundo informações, o Brasil produz 260.000 toneladas de lixo por dia. Vivemos num País que está entre os que mais produzem lixo, e de quebra, também entre os com mais alto índice de desperdício de alimentos, no mundo. Temos, portanto, um baita problemão a ser solucionado pelas áreas responsáveis pelo assunto, visto que, com o aumento da população esses números só tendem a aumentar.

Somos um povo, por vários motivos, de vorazes e exagerados hábitos consumistas, mas as pessoas, em sua maioria, não têm a menor ideia do que acontece com o lixo recolhido em suas lixeiras. Sabe-se que grande parte destes dejetos tem como destinação os lixões a céu aberto — gerando aí sérios impactos ambientais e sociais — ou os aterros sanitários que estão longe ainda de ser a solução ideal. Outra fonte de tratamento do lixo são as usinas de reciclagem, sem dúvida uma boa saída, mas um processo que envolve custos muito altos.

Agora virou moda, com a propagada consciência ecológica, espalhar pela cidade as lixeiras para coleta seletiva. É comum vermos em vários ambientes a beleza das lixeiras enfileiradas e devidamente identificadas: verde para vidro, azul para papel, amarela para metal, vermelha para plástico. Como se vê, pensaram em tudo, e a coisa fica até decorativa criando uma ideia de organização e atitude cidadã aos locais onde são implantadas.

Pois bem, dia destes entrei numa loja de materiais de construção. Por detrás do balcão vários atendentes se dividiam entre os clientes, e como ali tempo não se mede devido ao grande movimento local, voltei minha atenção ao ambiente. E que legal! O que descubro? As lixeiras coloridas foram implantadas atrás dos balcões.

Reparei que, ao meu lado, um jovem atendente vendia um produto qualquer. O rapaz que comprava, aparentava estar com pressa e pediu ao vendedor que retirasse o plástico que embalava o produto, pois ia usá-lo numa construção ali pertinho. O atendente rapidamente retirou a embalagem plástica e, ato contínuo, atirou-o na lixeira amarela, a dos metais, o que gerou um comentário por parte do comprador:

— Cê errou a lixeira, a do plástico é a vermelha.

O atendente deu de ombros e respondeu com ar de pouco caso:

— Ah, vê lá se ligo pra isso. Qualquer uma serve. Isso aí é enjoamento do dono.

Assim se deu, por isso ficou. E eu ali, pensando nas milhares de pessoas por esse Brasil afora com o mesmo pensamento do moço. Resumindo: no caso do lixo, não adianta investir em novidades se não houver, em primeiro lugar, um trabalho realmente efetivo de educação e formação de consciência. Até lá, vamos ter mil lixeiras bonitas e decorativas por aí, mas pouquíssimas cumprirão seu verdadeiro papel que é o de coletar seletivamente. Enquanto isso, o Brasil continua de ficha suja na lista dos Países que mais contribuem para o aumento dos lixões no Planeta.

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