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Opinião
29/03/2015 - 12h10
País democrático e participativo
Montserrat Martins
 

Gosto de viver em um país democrático e participativo, onde líderes de oposição não são presos e as manifestações não são só contra o presidente do Corinthians. Se eu estivesse no governo, lembraria que a ampla democracia é justamente essa liberdade de protestar, sem qualquer censura ou repressão aos movimentos pacíficos e com total liberdade de expressão, excessos verbais incluídos. Se eu estivesse liderando a oposição, saudaria que o Brasil não é mais só o país do futebol, pois o governo de hoje sempre criticou a alienação e apatia do povo em assuntos políticos, então viva a participação popular.

A ampla democracia e o despertar para a política são fatos inegáveis e merecem ser saudados, em respeito à complexa realidade que estamos vivendo. Mesmo que seja constrangedor para a oposição admitir a liberdade que desfruta (desmentindo as teses de “ditadura comunista”) ou que seja constrangedor para o governo admitir que a sociedade civil deixou de ser passiva e hoje discute política em detalhes, como a participação do Toffoli no STF.

“Coxinhas e petralhas” já virou meme, então me desculpem por eu não aderir às teses de nenhum desses dois lados, pois o mundo ainda é maior que as dicotomias reducionistas. Podem me achar ingênuo ou um otimista incorrigível, mas não acredito em golpe de nenhum lado (nem “de direita”, nem “comunista”), por mais acirrados que estejam os ânimos. Acredito mesmo que estamos vivendo a mais ampla democracia, com “bafo na nuca” do governo sim, mas porque isso não seria saudável? Será que governar teria de ser confortável, com um povo passivo?

Dispenso as suásticas, faixas por golpe militar e o ódio visto contra Lula e Dilma através de bonecos enforcados no dia 15, também não sei se precisavam as foices e facões no dia 13 na passeata do MST. A mídia dominante não é neutra, mas a alternativa também não é isenta, sejamos sinceros, por quanto tempo ainda vamos “livrar a cara” de alguém porque é um “companheiro”? E a “criminalização” que se faz contra o PT é análoga à “criminalização” que o PT fez com Marina Silva, na propaganda de TV, e faria contra Eduardo Campos “se necessário”.

Mesmo assim, 56% dos que foram às ruas protestavam contra a classe política, mais que os 44% contra o PT. Não foi feliz a Presidenta a se manifestar na TV logo após a lista de nomes da Operação Lava Jato (onde se mostrou o “pluripartidarismo” da corrupção), pois a partir de seu pronunciamento ela “chamou” para si novamente os protestos e a revolta contra a corrupção, que estavam diluídos entre todos.

Sim, há riscos, há quem pense em golpes e guerra civil, há de tudo. Mas no limite do otimismo é possível ver uma “massa crítica” na população que não deseja o caos, muito menos a ditadura, mas o fortalecimento da democracia e da sociedade.


Nota do Editor: Montserrat Martins, colunista do Portal EcoDebate, é médico psiquiatra, bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais e presidente do IGS – Instituto Gaúcho da Sustentabilidade. Fonte: Portal EcoDebate (www.ecodebate.com.br)

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