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Opinião
29/03/2015 - 18h04
A promoção acabou
Dartagnan da Silva Zanela
 

Perguntar é preciso! viver não – Saber formular bem uma pergunta, eis aí uma pedra de toque imprescindível para formar os alicerces desse edifício chamado educação.

O jargão é conhecido de todos: são as perguntas que movem o mundo. Mas quantos formulam perguntas para si sobre os problemas, situações e objetos que se apresentam diante dos nossos olhos, quantos? Por isso que o trem é complicado pacas.

Pois é, podemos dar um passo a mais: quantos procuram listar as questões que nos ocorrem, questões essas que gostaríamos de encontrar uma resposta minimamente razoável, quantos fazem isso?

Veja só, Aristóteles escreveu um livro inteiro só com perguntas de coisas que ele gostaria de saber. Nós, homens modernos, orgulhosos por termos em nossas mãos toda ordem de brinquedinhos tecnológicos, não somos capazes, muitas vezes, de formular uma que seja. Quem o diga escrevê-las para melhor compreendermos o que “queremos” saber. Escrevê-las para sabermos claramente o que estamos procurando.

Mesmo assim, julgamo-nos pessoas muito bem instruídas e criticamente informadas sobre tudo o que nunca indagamos e que, diga-se de passagem, não estamos nem um pouco interessados em sinceramente conhecer. Ou não?

Educar-se não é para fracos – Pensamos o tempo todo. Nada de errado até aí. Aliás, nada mais banal num ser humano, mesmo que muitos insistam em dizer que seria necessário ensinar a fazer isso. Pensar.

De minha parte, creio que seria mais interessante procurarmos aprender a verbalizar o que estamos cogitando na moringa. Isso mesmo: a pôr no papel. Não necessariamente escrevinhar um livro, um artigo, ou coisa do gênero. Não se trata disso. Mas apenas elencar tópicos, tentar ordenar as nossas ideias, reflexões, inquietações e dúvidas.

Nesse esforço para ordená-las no papel, estamos, ao mesmo tempo, ordenando-as em nossa alma. Na tentativa de expô-las com razoável clareza num rascunho, estamos colocando clareza em nosso coração.

Por isso, digo e repito: esse trololó de querer ensinar os outros a pensar é conversa de quem nunca pensou seriamente no assunto (educação).

Por sua deixa, dispor-se a ordenar os nossos pensamentos com razoável clareza é uma atividade que deve ser realizada de maneira digna e corriqueira por todos aqueles que desejam corrigir-se, superar-se e, consequentemente, educar-se.

Atravancando o país – Um dos muitos discursos vigentes, repetidos até gastar pela canalhada com duas mãos esquerdas, é de que no Brasil sempre se roubou e que todos seriamos ladrões, em potência e, por isso, ficam espantados quando alguém ousa acusá-los de leviandade.

Ora, sejamos francos: de fato, a moralidade de nosso país não é lá essas coisas. Vivemos na terra onde impera a lei de Gerson, que reza que o importante é se dar bem a qualquer custo. Nascemos no país onde o dito do Marquês do Paraná, que afirma que aos amigos concede-se tudo, aos inimigos nada e, aos indiferentes, os rigores da lei. Resumindo: não dá pra ter orgulho desse trambolho.

Porém, aqueles que estão no epicentro desse furacão que assola a nação são justamente aqueles que reivindicavam (Pior! Reivindicam) para si o monopólio da ética e que, agora, que foram pegos com a mão na cumbuca, vem querer dar uma de João sem braço pra cima de todos. Pô! Que brincadeira é essa?

Na verdade, não é brincadeira não. É que o partido que decretou para si o monopólio da ética agora quer também fazer uso exclusivo do cinismo. Só eles podem isso e ninguém mais.

É o progresso, companheiro! O progresso atravancando tudo e todos nessa entristecida terra de desterrados.

Pra começar – O impeachment da presidente da república irá corrigir todos os problemas que hoje inquietam a nação? Não, é óbvio que não. Porém, remover a principal responsável pelos rumos políticos da nação e que afirma não ter responsabilidade alguma no rolo todo que impera em nossa pátria seria um bom começo. O problema será encontrar alguém que, de fato, esteja à altura da responsa.


Nota do Editor: Dartagnan da Silva Zanela é professor e ensaísta. Autor dos livros: Sofia Perennis, O Ponto Arquimédico, A Boa Luta, In Foro Conscientiae e Nas Mãos de Cronos - ensaios sociológicos; mantém o site Falsum committit, qui verum tacet.
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