Em viagem no ônibus interurbano, na cidade de Caraguatatuba [SP], no ponto próximo do Fórum local, uma senhora robusta, com cara de poucos amigos, está embarcando. Apresenta o cartão de passe, mas a máquina não libera a passagem. O motorista-cobrador diz que não há crédito suficiente. Ela se lamenta, diz que não tem dinheiro etc. O profissional do volante se compadece, paga a passagem e pede que no outro dia ela lhe restitua o valor (R$ 7,25). Uma semana depois, ao encontrar esse motorista, elogiei a sua conduta naquela ocasião. Impressionante a reação de arrependimento dele: “Antes não tivesse feito aquilo. Aquela mulher continua embarcando no mesmo lugar e desembarcando em frente ao Tubão, em Ubatuba. Faz isso a semana toda. Só que além de não me pagar, ainda faz de conta que nem me conhece. Sabe o que ela é? Ela é professora!”. Antero Emboaba antemboaba@gmail.com
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