Muito interessante e oportuna a sugestão do jornalista Sidney Borges ao Jairo dos Santos, presidente da Câmara Municipal de Ubatuba, para que a escolha do projeto de arquitetura da nossa nova Casa de Leis se faça através de um amplo concurso entre os arquitetos brasileiros. Poderá inclusive ser internacional, o que dará enorme visibilidade à Ubatuba. Essa é a forma tradicional e corretíssima de se resolver questão de tamanha envergadura. No Brasil existem dezenas de exemplos, a começar por Brasília. Em alguns países europeus a lei obriga que todos os projetos de obras públicas, desde um simples abrigo de ônibus até edifícios mais complexos, sejam escolhidos por meio de um concurso de idéias, prática salutar que promove os jovens, e assegura a limpeza do processo. O Instituto de Arquitetos do Brasil tem longa tradição, experiência e legitimidade jurídica para organizar concursos públicos de arquitetura e pode nos ajudar nessa tarefa. Quanto ao terreno, aproveito a "bola levantada" por nosso jornalista sobre o tema e repito aqui a sugestão que fiz aos dois últimos prefeitos desta cidade, como secretário municipal e como estudioso dos problemas urbanos, para sua escolha sem qualquer custo para os cofres municipais. Sabemos que quando foi implantado, o pátio de obras da Prefeitura situava-se em local distante do centro, em terreno grande, barato e sem calçamento, pois se tratava de espaço para abrigar serviços de apoio, conserto de máquinas pesadas e veículos do município. Hoje esse terreno é central, altamente urbanizado e caro demais para a função que exerce. Sem grande esforço e a custo quase zero esse setor de serviços pode ser deslocado para as terras da EMDURB ou outro local afastado, liberando inteiramente aquela quadra central para a implantação de um amplo e bonito Paço Municipal. Se levarmos em conta que também falta ao município espaço para atividades culturais, esse Paço Municipal poderia conter além da sede da Prefeitura e a nova Câmara, um eficiente complexo cultural composto de um grande auditório com palco, duas salas menores para ensaios e apresentações, espaços adequados para oficinas culturais e uma nova e ampla biblioteca. A lei federal de incentivos fiscais para a cultura garantirá facilmente o financiamento de grande parte das obras. Tenho certeza de que um concurso de arquitetura com esse tema atrairá numerosos arquitetos e a atenção de todo país e do exterior. É só querer. Nota do Editor: Renato Nunes é arquiteto e morador de Ubatuba, SP.
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