Tratamentos cada vez mais eficazes e uma conscientização cada vez maior quanto à necessidade de realização de exames anuais para detecção de tumores estão permitindo que o Brasil eleve a taxa de sobrevida das vítimas de câncer de mama e de próstata, dois dos tipos mais incidentes no país. Ainda assim, somente neste ano cerca de 580 mil novos casos de câncer serão diagnosticados no país, segundo estimativas do Instituto Nacional do Câncer (INCA).

“Os prognósticos de pacientes diagnosticados precocemente são, sem dúvida alguma, muito mais positivos do que o de pacientes que só descobrem os tumores em estágios mais avançados”, diz o oncologista clínico do Centro Paulista de Oncologia – CPO (centropaulistadeoncologia.com.br), Jacques Tabacof.

Um estudo recente publicado na revista inglesa The Lancet, denominado Concord-2, confirma que a taxa de sobrevida ao câncer de mama no país vem melhorando, à medida que as mulheres estão mais conscientes da necessidade de fazer mamografias anualmente, após os 40 anos. Hoje, a taxa de sobrevida no Brasil é superior a 87% - era de 78% há 15 anos – o mesmo percentual de países desenvolvidos, como os Estados Unidos. No câncer de próstata, o índice brasileiro chega a 96%, mais que o dobro da taxa mundial, que é de 40%. A melhora no índice de sobrevida deve-se à maior oferta do exame Antígeno Prostático Específico (PSA), teste de sangue usado no diagnóstico da doença.

De acordo com Jacques Tabacof, não basta fazer exames de detecção precoce para evitar o risco de se vitimado por um tumor. “Também é necessário adotar atitudes preventivas, como manter uma alimentação rica em fibras, frutas e verduras frescas, com redução de consumo de açúcares, defumados, embutidos e comidas industrializadas”, ensina. O especialista também reforça a necessidade de praticar exercícios físicos regularmente e eliminar completamente o hábito de fumar.

No topo do ranking dos principais tipos de câncer incidentes no Brasil, conforme dados do INCA, está o câncer de pele não melanoma (182 mil casos anuais), seguido pelo câncer de próstata (69 mil casos anuais); mama (57 mil casos anuais); cólon e reto (33 mil casos anuais), pulmão (27 mil casos anuais) e estômago (20 mil casos anuais).