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Opinião
29/04/2015 - 13h14
Governança incorruptível
Benedicto Ismael Camargo Dutra
 

Cada vez fica mais claro que faltam objetivos nobres na condução dos Estados. A ausência de planejamento sério e de disciplina nos gastos leva ao descalabro, o que vem ocorrendo há séculos. Assim continuará enquanto prevalecerem interesses particulares e imediatistas, sem responsabilidade com a construção de um futuro melhor. Muitos governantes não fizeram o mais elementar na administração das contas e no bloqueio de desvios do dinheiro público, contraindo dívidas que vão tendendo para o montante do PIB ou até o superam. Então se impõe a austeridade para resgatar a irresponsabilidade e para realizar os devidos pagamentos e seus encargos.

Como conciliar a abertura econômica num mundo desigual na disponibilização de capitais, na distribuição, no preparo da população, e na liberdade? Essa abertura deveria ser precedida por um acordo que desse suporte aos países mais atrasados para que não retrocedessem sob a pressão da concorrência, das imposições externas, e da consolidação de uma governança incorruptível e capacitada.

A economia globalizada deveria seguir o ritmo de estabilidade da natureza, com pleno emprego e produção equivalente ao consumo, mantendo o ciclo e expandindo-o conforme as necessidades. Devido à atração do dinheiro, produz-se para aumentar o acúmulo de capital e poder terreno. Em alguns países do Ocidente, a produção está abaixo das necessidades, mantendo-se o preço elevado. E com a entrada dos importados da Ásia, agora está ocorrendo a desindustrialização.

Temos de pôr fim à praga da corrupção que está levando tudo para o abismo. A ampliação da área de interferência do governo aumenta a possibilidade de falcatruas. Por isso mesmo as empresas têm de se tornar mais responsáveis e agir com ética e respeito aos consumidores, pois a sociedade deve ser o conjunto da população: proprietários, empregados, governo, todos empenhados na melhora geral, cada um dando a sua contribuição para o todo.

O poder corrompe. Infelizmente isso não ocorre só no governo, onde a sua própria força impede a visão clara de suas manipulações. Com a iniciativa privada deveria haver mais liberdade individual, desde que a ânsia pelo poder não levasse os dirigentes a ocultar seus desígnios de cobiça. O dramático é quando empresas e governos se juntam com propósito hegemônico, suprimindo as liberdades, criando muralhas que travam o progresso real. Nessas condições a espécie humana para de evoluir, regride, embrutece.

No Brasil há um grande atraso na educação e preparo das novas gerações. Em exames de avaliação de redação, os estudantes devolveram 284 mil provas em branco e 217 mil fora do texto proposto, o que significa que durante o período escolar os alunos não foram orientados, ou não se esforçaram em aprender a ler e compreender os textos. Por isso não sabem pensar com clareza.

Em vez de questionar o sentido da vida e entender que a nossa atitude no presente pode melhorar o futuro, os humanos dedicam muito tempo a superficialidades, fugindo sempre do âmago da questão da própria vida, pois se julgam o centro do universo. Não querem ver a sua insignificância diante do todo, buscando como compensação o desejo de dominar e fazer imposições, sem se esforçar por compreender que na matéria tudo é perecível. De criatura que não compreende o significado da vida, o ser humano quer arrogar-se dono da Criação.

A atual crise global mostra o resultado de anos de imediatismo e descaso com o futuro que já se apresenta sombrio com a escassez de recursos naturais e aumento da miséria. As empresas têm de se tornar mais responsáveis, reduzindo as interferências dos governantes na economia. A população não percebe que está em gestação um cenário caótico. As novas gerações precisam ser preparadas para forjar um futuro melhor. É preciso impedir a decadência. Precisamos de governança incorruptível que busque o progresso humano de forma continuada.


Nota do Editor: Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, e associado ao Rotary Club de São Paulo. Realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. É também coordenador dos sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br, e autor dos livros “Conversando com o homem sábio”, “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”, “O segredo de Darwin”, e “2012... e depois?”. E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

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