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Opinião
04/05/2015 - 11h06
Melhor educar que proibir
Marici Ferreira
 

Há algum tempo, muito se discute sobre os efeitos da publicidade destinada às crianças e adolescentes. Argumenta-se que esse tipo de comunicação traz prejuízos às crianças à medida que estimula o consumo de produtos nocivos à saúde e pode impor constrangimento aos pais que não possuem condições financeiras de adquirir produtos anunciados.

Essa corrente conta ainda com um projeto de lei que tramita no Congresso com o objetivo de ‘proibir completamente toda e qualquer publicidade destinada a promover a venda de produtos infantis’. O debate, muito saudável, diga-se de passagem, extrapolou o campo da saúde e qualidade de vida para agregar questões fundamentais como legalidade, liberdade de expressão e o papel da educação no âmbito familiar.

Vale lembrar que a legislação brasileira já regulamenta a publicidade em todos os níveis através da Lei 8078/90 e confere às autoridades poder para punir empresas abusivas. Além disso, o CONAR – Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária – tem sido bastante ativo em seu papel de fiscalizar, coibir e punir abusos. Mais ainda, conta com o apoio e ajuda dos cidadãos, já que quase 60% dos casos autuados originaram-se em denúncias de consumidores.

Portanto, nos parece que o fundamental nessa discussão não é a escolha pelo caminho fácil, raso e autoritário da proibição, mas, sim, o da promoção da educação e disseminação de valores como respeito, transparência, equilíbrio e consumo consciente. Entendemos que é do núcleo familiar que deve partir a base desse processo de educação.

Cabe aos pais ensinar e praticar o consumo consciente em casa, mostrar aos filhos que é melhor ser do que ter, e que o saber é a porta de entrada para a realização de sonhos. A decisão do que é melhor para a família deve ser dos pais, não cabe ao legislador esse papel. A criança de hoje está exposta a mídias como videogames, internet e redes sociais através de computadores, tablets e celulares.

Na TV o atual volume da publicidade infantil é mínimo. Apenas 1,6% é veiculado nos canais pagos e 0,5% nos canais abertos. O bom senso mostra que uma proibição pouco ou nenhum efeito teria. Muito mais coerente e inteligente é preparar nossas crianças para adquirirem pensamento crítico, independência e autonomia para interpretar e fazer escolhas, algo que lhes será fundamental até o fim da vida.

Podemos e devemos escolher a vida que queremos. Cabe sim ao Estado e à Sociedade, oferecer apoio e informação para que nossas escolhas sejam as melhores possíveis. Porém, em momento algum, o Estado pode interferir na educação da família. Essa prerrogativa é dos pais, direito, inclusive, estabelecido na Constituição Federal.

Devemos todos praticar mais a gostosa arte de ‘ser’ pai e mãe.


Nota do Editor: Marici Ferreira é diretora-presidente da Associação Brasileira de Licenciamentos – ABRAL (abral.org.br).

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