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Opinião
05/05/2015 - 09h01
Gravador, crucial agente anti-corrupção
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

A tecnologia destina-se a servir o homem. Desde os primórdios, serviu para facilitar e aumentar a produção, diminuir o esforço e dar conforto ao ser humano. A meta se cumpre, e atende até a mais objetivos do que os projetados pelos seus criadores. Vemos, no Brasil de hoje, a gravação como a grande paladina no combate à corrupção. A maioria dos escândalos de que se tem conhecimento tem registros gravados como contraprova.

Desde o surgimento da gravação eletrônica, no final do século 19, tornou-se possível registrar conversas. Por muitos anos, os equipamentos eram de grande porte e só funcionavam ligados na eletricidade e instalados num ambiente, para onde era necessário levar as pessoas ou instrumentos a serem gravados. Com comercialização do transistor, em 1951, deu-se a grande revolução da eletrônica, que diminuiu gradativamente o tamanho dos aparelhos e, somada à tecnologia digital e à informática, nos conduziu aos microgravadores (que hoje usam cartão no lugar da fita) e aos dispositivos como canetas, chaveiros, relógios e botões de roupas onde se alojam diminutos gravadores com capacidade para captar som e imagem até em alta definição. Também vieram as câmeras de monitoramento, a gravação da telefonia e outros recursos hoje popularizados.

Na sua época, os gravadores grandes já eram empregados no registro de reuniões como meio de segurança e documentação. A chegada dos portáteis massificou o hábito de gravar. Muitos políticos foram gravados e tiveram o mandato cassado com base naquilo que eles próprios disseram. No mundo empresarial tornou-se comum gravar sigilosamente as conversas como meio de segurança e prova do que se tratam. Cada um leva seu equipamento no bolso e saí do encontro com a sensação de proteção.

Supõe-se que a maioria das gravações não chegue a ser usada porque os acordos se cumprem. Mas quando há problema de partilha ou acerto, formam-se os escândalos que temos visto, com denúncias, processos, delações etc. Depois de cumprida a finalidade sem problema no negócio, seja ele lícito ou ilícito, a gravação continua existindo como material perigoso, pois pode cair em mãos indevidas, como as do concorrente, da mulher traída ou até da “outra”. Aí é que mora o perigo.

Para o bem da sociedade e o mal dos ladrões do dinheiro público ou dos farsantes na mesa de negócio, a tecnologia cada dia mais funciona como um freio. Sabendo que podem ser gravados, os envolvidos tomam cuidado e até deixam de cometer irregularidades por temerem o escândalo e as conseqüências. Em razão da falta de ética e de princípios de muitos, o gravador passa a ser um importante agente de saneamento da sociedade. Oxalá esse aparelhinho, nas suas mais diferentes vertentes seja suficiente para inibir a ladroagem e a malversação do dinheiro público e a inconformidade no mundo dos negócios.


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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