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Opinião
09/05/2015 - 17h02
Vacas magras e juros gordos
Sidney Anversa Victor
 

Em época de vacas magras e juros gordos, quem paga o pato são as empresas e os trabalhadores, que ficam sem crédito, respectivamente, para financiamento e consumo. Essa perversa equação está no epicentro da atual crise brasileira. Por isso, são muito corretas as críticas de que a mesmice da Selic alta para conter a inflação já se esgotou como solução há muito tempo. Está faltando criatividade, ousadia e transparência por parte do governo, que mantém a sociedade na expectativa do que pode acontecer.

Prova da ineficiência dos juros como mecanismo de estabilidade dos preços na atual conjuntura brasileira é que as previsões inflacionárias para este ano são as maiores da década, superando a oito por cento, com o fator agravante da estagnação. Não é possível que os especialistas do governo não tenham consciência dessa conta tão simples, que todos já enxergaram. O problema é que Brasília não tem como mudar o filme da Selic por uma questão indisfarçável: o desequilíbrio fiscal.

Na verdade, a União precisa pagar juros altos por seus papéis para continuar captando recursos destinados ao financiamento da dívida pública, alimentada durante muito tempo por despesas maiores do que as receitas. A perda de credibilidade do governo, causada não apenas pela questão fiscal, mas também por episódios como “mensalões” e “petrolões”, também exige que seus títulos paguem muito para atrair aplicações de dinheiro.

Estamos, assim, numa tempestade mais do que perfeita. É um círculo vicioso com força de tufão, no qual giram desordenadamente a retração do nível de atividades, o desequilíbrio fiscal, os juros altos, a inflação e o desemprego em alta. A economia brasileira está aparentemente sem rumo. A presidente Dilma Rousseff parece cada vez mais retraída e cautelosa antes de anunciar novas políticas públicas, em meio ao desabamento de sua popularidade e à crise de relacionamento com a Câmara dos Deputados e o Senado.

Enquanto isso, as empresas enfrentam cada vez mais dificuldades para vender, capitalizar-se, manter postos de trabalho e as portas abertas. Tais obstáculos refletem-se no índice de confiança do empresário gráfico brasileira, relativo ao primeiro trimestre deste ano, que caiu para 41 pontos, ante 48,4, nos últimos três meses de 2014. Em São Paulo, o recuo foi mais drástico, de 45,8 para 36,2.

O estudo, que acaba de ser anunciado pela Abigraf (Associação Brasileira da Indústria Gráfica), mostra, ainda, que o aumento do preço da energia elétrica teve impacto muito grande para 63,5% do empresariado do setor. Apenas 4,2% dizem não terem sido afetados. Além disso, o risco de racionamento de eletricidade influencia a decisão de investimento de 35,1% das gráficas e impõe plano de contingenciamento para 17,7%. Na soma relativa às crises hídrica e energética, a produção das empresas médias foi muito afetada, bem como investimentos. Os grandes impressores tiveram margens impactadas, mas sem danos graves à produção e planos de investimento.

Diante de tantos problemas a serem resolvidos, é desagradável constatar, a cada reunião do Copom, que o governo insiste em buscar soluções apenas na síntese superada dos juros altos.


Nota do Editor: Sidney Anversa Victor é o presidente da Abigraf Regional São Paulo (Associação Brasileira da Indústria Gráfica-SP).

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