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Crônicas
13/05/2015 - 09h07
Gente mimada
Maria Cândida Vieira
 

Gente mimada nunca cresce, mesmo quando envelhece. Vemos muita gente insuportavelmente mimada de vinte ou oitenta anos por aí, fazendo chantagem emocional e exigindo que os que a rodeiam façam todas as suas vontades. Quando querem alguma coisa, nada as fará desistir, ainda que a realização dos seus desejos egoístas atrapalhe a vida dos demais. Elas vivem fora da realidade e não entendem que o mundo não funciona conforme nossas vontades, parecendo esperar que as leis do Universo trabalhem conforme o que elas acham conveniente.

Meus dois irmãos são mimados e, devido a isso, as outras pessoas têm que se adaptar a eles, que nunca se adaptam a nada nem a ninguém. E eles não se incomodam nem um pouco com o fato de que podem tornar a vida dos outros desagradável. O meu irmão, por exemplo, não estuda nem trabalha (está procurando emprego), dorme até à hora do almoço, não faz nada em casa e passa o dia diante do computador e da televisão. Quando eu reclamo com ele por sair molhando o banheiro ao sair do banho, desrespeitando o trabalho de quem o lava (mãe ou eu), ele ri da minha cara.

Já a minha irmã, se passa o dia em casa, fica em roupa de dormir o dia inteiro, não arruma as próprias roupas, senta e assiste a mãe e eu trabalhando e se faz de desentendida quando reclamamos. Ela é mimada desde criança. Quando éramos pequenas e ela me provocava, eu sempre ouvia que eu tinha que relevar porque ela era a mais nova, ou então meu pai falava que ela mexia comigo por eu ser burra. Ela também chorava até conseguir o que queria e, se eu não quisesse dar, já que era meu, mãe dizia: “Dê logo para acabar com essa choradeira que eu não aguento.” Desta forma, ela foi crescendo e até hoje, adulta, só vive para fazer o que quer. Passou anos querendo um Yorkshire terrier, dizendo que era o sonho dela. Mãe rebatia que dava trabalho, mas ela queria de todo jeito e acabou comprando. Hoje, além de ter que conviver com dois irmãos mimados e insuportáveis, convivo com um bicho que acho barulhento e nojento.

E cada um vai carregando sua cruz.

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